segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Votos de ânus novo

Então que meio que estamos em recesso e voltaremos semana que vem (ou não) pra começar a falar dos estaduais. Que em 2009, nossos times não nos façam passar vergonha, que nós não sejamos rebaixados de novo (menos o Fluminense que ainda deve a série B) ou pela primeira vez, que nossos campeonatos não sejam apenas casa de repouso para sêniors e berçários para juniores,que o Dunga páre de dar a bunda pro Ricardo Teixeira e que Muricy Ramalho, o técnico, o mito, a lenda, o sérgio mallandro cover do Guarujá, o cara dono de cachorrinhos de gênero duvidoso, o cara tricampeão brasileiro, o muso do brasileirão do litoral paulista, finalmente assuma a seleção e dê surra de gato morto nesses jogadores preguiçosos filhos da puta até o gato voltar a miar.



Até 2009, garele!

Momento "Crème de la Crème" 2008

2008, ano que voou e blablablá, ano de um dos campeonatos brasileiros mais mal disputados (ainda que tenha tido um certo frisson no final), ano cuja retrospectiva teve muito sangue e lama, ofereceu uma das melhores, senão a melhor cena que poderia ocorrer no esporte bretão.
Assim, Lulinha, você é o astro do Momento Crème de la Crème 2008 do nosso blog. Parabéns!




A cena em questão foi vista e revista zilhões de vezes pela equipe de Chuteira de Salto e Minissaia que, não contente em apenas apreciar, ainda reproduziu o mico durante o rega-bofes de lançamento do projeto Y!Posts.


Lila curtindo a váibe do Lulinha

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Remember my name: Fame

Na última quinta, fomos gentilmente convidadas pela assessoria de comunicação do Sportv para um encontro com personalidades do canal, trocar aquela idéia de divertida, falar besteira e dar uma aparecida de leve (no meu caso, claro).

Além de Joakina, AndreaH e eu, foram mais pessoas de outros blógues do ramo (links em breve) e todos celebraram, assaram carneiros e foram felizes. Abaixo, as fotos de toda a galhofa da boleiragem-torcedora-despretensiosa.



O baile todo


Mulherada reunida


Não basta cair de divisão, né?


Botafogo, Flamengo, Vasco... Hmmmm

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mumm-Rá




Jogador com síndrome de "Mumm-Rá, O de Vida Eterna" me irrita...


Tiop, o cara sabe que já deu o que tinha pra dar (*oi*), pode comprar o carro que quiser, ter uma puta casa onde quiser, pode jogar futevolei to-dos os dias, pode pegar um avião e ir curar a ressaca em Bali, pode pegar E comer todas as gostosas que passam na sua frente, ou seja, tem a vida que pedimos pra Deus diariamente e aos 37 anos de carroceria quer continuar jogando...

O ÚNICO que pode se dar ao luxo de fazer isso chama-se Dadá Maravilha e pronto!!

Dynamite, por favor, gordo (um já tá no Timão) e velho NÃO!



Depois eu falo sobre a segundona...



Dos personagens

Agora que só temos uma meia dúzia de campeonato em horários impossíveis para que pessoas de bem acompanhem, podemos elucubrar sobre aquelas personagens irritantes que nos atormentam durantes partidas.

Noronha wannabe: é aquela pessoa que sabe de tudo que há para ser sabido sobre futebol. Até pra toque de ladinho ele tem uma explicação. A real é que ele é um tremendo chato que só fala abobrinha e incomoda quem está mais ocupado prestando atenção na partida.

Ópio do povo: é aquele que diz detestar futebol, mas sempre tá no bar com a galera vendo o jogo e passa todos os minutos reclamando do quanto o futebol é alienante e que as pessoas não conversam mais e blablabla. Ele sabe qual a intenção da galera. Mas vai de qualquer jeito, só pelo prazer da perturbação. Mas, por incrível que pareça, ainda é menos chato do que o Noronha.

Namorada participativa: Ela não sabe nada de futebol, mas tá lá, com camisa e bandana et cetera e tal, pra acompanhar o bofe dela. E acompanhar o bofe significa necessariamente dar gritinhos histéricos por qualquer lance. Qualquer um. Falta na intermediária? Vozinha estridente grita PENALTI!; bola recuada pro goleiro? AAAAAAAH!; chutão zunido quase na minha casa? UUUUUH QUAAAASE. Ela só repete qualquer coisa que o namorado venha a dizer, pra pagar de antenada no esporte, mas a real é que ela preferia estar fazendo compras - ou as unhas - durante a partida.

Pirigueti: ela vai ao estádio sempre em dupla com alguma amiguinha igualmente cachorra. Roupas justas, saltão, cabelo impecável, argolas, maquiaquem, chiclete. Parece mais que está indo a boate. Fica rodando pelas torcidas, escolhendo um local mais promissor de rapazes e quando acha esse local fica posando de gatinha, fingindo que sabe os cantos e pulando só pra se mostrar faceira pros amigos. Nunca vi dar certo, mas vai saber.

A real é que qualquer desses tipos numa proximidade sufocante exige um certo auto controle. Mas a quilômetros de distancia e torcendo pra algum adversário, chega a ser engraçado, até. E você, conhece mais algum grupo incômodo?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ah se eu pudesse e meu dinheiro desse III

Pois é. Entressafra nesse Brasilzão de meldels e toma de encher lingüiça, porque de transferência todo mundo está lendo, né?

Essa seção é dedicada a fotos infelizes e legendas desgraçadas.

A chamada diz que Roque Jr pode dar novo adeus ao Parmêra. Já a foto...


Sedução, tesão, libido, no ar...


O Manchester chegou ao Japão para o Mundial, e o ge.com me diz que Cristiano Ronaldo distribui autógrafo a fãs. Agora analisemos a evidência:


Mas que nojo ter que pegar nesses trapos de POLIÉSTER!

O Dynamite disse que daqui pra frente, tudo vai ser diferente e muitos aprenderão a ser gente. Sei não...


Vamos começar do zero, redefinindo modelos e tecidos e com costura reforçada

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Como tentei entrar no Conselho Deliberativo do Inter

Como acabou o futebol, vamos à questões importantes fora das quatro linhas, mas ainda relativas a paixão de nós todos. O texto abaixo trata de como tentar mudar o que incomoda é bem mais fácil do que a gente pensa.

*****

Eu não entendia. Do alto dos meus oito, nove, dez anos, não conseguia explicar porque o time que eu e toda minha família torcíamos não vencia nada, e eles, sim. Parecia injusto demais ver aquela gente vestida de azul comemorando e dizendo que eles já tinham de tudo, enquanto eu nunca tinha visto meu time vencer nada. Até que eu tomei a decisão fatal.



"Pai, um dia vou ser presidente do Inter."



"Tá, Francisco. Agora pega tua mochila e vamos pra aula."



Era mais ou menos assim que eu passava os dias nos idos de 1995, ano negro na história do futebol mundial. E, com o passar do tempo, a sensação de que ALGO deveria ser feito se tornava cada vez mais presente, mesmo que eu não soubesse muito bem como agir.



(Aqui, um corte de dez anos no tempo)



2005. Pela primeira vez, consegui um emprego em que eu ganhasse mais do que um mendigo que trabalha só nos finais de semana. E a primeira ação depois disso foi bastante óbvia: me associei ao Inter. Todo mês, trinta pilas saíam direto da minha conta para os cofres do Sport Club Internacional, garantindo meu espaço em qualquer jogo que eu conseguisse ir — e mantendo viva aquela esperança de, um dia, fazer a diferença pelo time que eu amo.



Pois chegou o momento. Neste sábado, 25 mil pessoas na minha situação vão escolher o novo presidente e 150 conselheiros pro clube. E eu sou um dos candidatos a entrar no Conselho Deliberativo, da forma mais inesperada e pitoresca possível: através de uma chapa formada exclusivamente por "gente da internet".



Explicando: como em qualquer clube, o CD do Inter é formado basicamente por

a) políticos querendo se promover

b) gente pública se aproveitando do nome para aparecer

c) amigos dos amigos



O problema é que falta uma categoria nessa relação: a dos torcedores. Incomodado com isso, tomei conhecimento, através de um blog, de uma chapa formada por gente que se conheceu através do orkut, de blogs de colorados, e que começou a freqüentar jogos juntos. Essa gente decidiu que quer fazer parte do clube, da mesma maneira que eu pensava quando tinha dez anos. E decidiram tirar a bunda da cadeira para fazer algo.



A partir daí, foi só trocar alguns emails, concordar em integrar a nominata para participar e pronto, estou inscrito. Sou o 47º de uma lista de 150 nomes, com chance próxima a 0,000001% de entrar no CD nesta eleição. Afinal, faço parte de um movimento pequeno, quase desconhecido, mas que está buscando seu espaço. Se conseguirmos colocar os 23 candidatos que a cláusula de barreira impõe como mínimo (15% dos votos), já será uma vitória imensa. E um primeiro passo para cumprir a meta tão solenemente estabelecida quando eu tinha 10 anos e nunca tinha vencido nada.

P.S.: O link para o site da chapa é http://interchapa3.com.br/. O blog que eu descobri a chapa, e onde grande parte se conheceu, é o http://bolavermelho.blogspot.com.

Francisco Luz tem 23 anos, é estudante de jornalismo colorado e fuma aquela bosta de L&M que ainda por cima é azul.

*****

Então, se você é colorado e associado, taí uma chance de começar a mudar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Futebol S/A


Um país pentacampeão deveria, por obrigação, ter seus clubes de futebol como exemplos de empresas muito bem sucedidas, obrigada. Mas não é bem por aí.
Nos últimos anos, temos percebido a real profissionalização deste segmento responsável por um giro monetário gigantesco por estas bandas tupiniquins. Mas ainda não somos exemplos administrativos. De que adianta ter uma molecada que já nasce com a bola no pé se não temos dirigentes capazes de conduzir os clubes com maestria e fazer deles verdadeiras engrenagens financeiras que alimentariam não só seus bolsos?
Temos um Estatuto do Torcedor em vigor nem sempre respeitado, empresários que vendem jogadores como se fossem bois... Enfim, uma estrutura de time peladeiro, mesmo.
Na contramão desta desgraceira toda, surge o Sport Club Internacional preocupado há tempos não só com seu time, mas com o seu todo. Ontem veio a coroação: o certificado ISO 9001, prova de que o clube investiu na qualidade dos serviços prestados.
Outras agremiações já receberam o papel, é verdade, mas nenhum fez por garanti-lo. A promessa do Inter é fazer de tudo para que os processos de qualidade sejam aprimorados, o que, de imediato, já garante a satisfação do sócio. A curto e médio prazo pode trazer mais parcerias ao clube. A longo prazo, só alegrias.
Há algum tempo, o São Paulo também se mostrou menos amador que os demais. Prova disso é a quantidade de canecos que o anfitrião do Morumbi colocou na sacola nos últimos anos. No início do Brasileirão deste ano, chegou-se a falar em crise no tricolor paulista, a torcida pressionando Muricy Ramalho e a diretoria, de certa forma, o blindou. Trabalho e confiança levaram a bambizada da quase-lanterna do campeonato ao degrau mais alto. Se o amadorismo comum ao nosso futebol tivesse imperado, talvez o melhor técnico da atualidade, na minha opinião, tivesse sido jogado aos leões e... Onde estaria o São Paulo agora? Who knows...
Corinthians parece ter começado a entrar nos trilhos com a Segundona. Depois da vergonhosa MSI e da administração mais fraudulenta impossível de Alberto Dualib, parece que tem surgido um novo Corinthians mais maduro, mas longe de ser uma S/A como Inter ou São Paulo. Na verdade, o alvinegro do Parque São Jorge aprendeu a lidar com o marketing, outra frente capaz de amparar a administração. Ou de financiá-la, o que também é muito importante. De agremiação de futebol a uma quase indústria têxtil, foi um dos clubes, senão O, que mais lançou camisas, camisetas, camisetinhas com a marca do clube. E não foi tiro n'água como muitos pensavam. Ser "corinthiano roxo" tornou-se rentável para o Timão.
Exemplos de administração, qualidade e marketing. Será que finalmente aprendemos a enxergar que não adianta mais sermos somente bons boleiros? Precisamos, sobretudo, sermos empreendedores.

ADENDO: Corinthians fechou mesmo com o Ronaldo, ex-Ronaldinho, atual Ronalducho pelo próximo ano. Adivinhem qual a primeira coisa que fizeram? Lançaram a camisa 9 com o nome do jogador! E viva a venda de camisetas pra pagar estes contratos inexplicáveis!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

sábado, 6 de dezembro de 2008

Glória do desporto nacional

Na última quarta o Sport Clube Internacional foi a campo atrás de um título inédito não só para sua história, mas também para o futebol brasileiro: a Copa Sul Americana. Muitos dizem que é a segunda divisão do continente, mas ainda assim é um título internacional, que dá dinheiro e visibilidade.

A trajetória do Colorado na Sulamiranda é impecável, só perderam um tempo do jogo de 180 minutos da final. Despacharam grandes nomes como Grêmio, Boca e o próprio Estudiantes - que mesmo não mordendo ninguém há algum tempo tem aquelas coisas místicas de camisa e torcida e copeiragem e peleadorismo. Não importa que alguns tenham usado reservas em jogos: o Colorado fez todo o dever de casa na disputa e mereceu a taça que agora descansa junto com a Liber e a do Mundial na beira do rio.

Confesso que não acompanhei a Sula por compromissos em vermelho e preto, mas assisti ao último jogo. E que jogão, meu Deus do céu. E que time bom esse do Inter. Realmente uma pena que tenha demorado a engrenar, pois poderia estar em posição muito mais confortável na tabela do Brasileiro, mas cada um priorida o que bem entende: eles não encaixaram pro campeonato nacional, foram para o plano b e levaram. Com muito mérito, inclusive.



E, mais uma vez, a mui leal e valerosa Porto Alegre amanheceu vermelha. Mesma cor que acabou por tingir parte da América do Sul nessa última quinta-feira. Sinceros parabéns ao Internacional que merece mesmo que vivam a exaltar.


P.S.: Mais relatos sobre a conquista colorada podem ser achados aqui e aqui.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Chamando à razão

Prezada Nação Rubro-Negra,


Estou sem palavras para qualificar esse ato. Chateados estamos todos, mas esse tipo de postura não tem um pingo de fundamento.

E, falando numa linguagem que vocês compreendam: POUCO ME FODO para o Vasco, o Patético-PR e rebaixamento. Me importo com a vaga para a Libertadores, que deveria ter sido conquistada na última rodada, quando eles entregaram um jogo que venciam com 3 gols de diferença.

Esse comportamento de vocês rebaixa nosso Flamengo à condição de timinho. E se é pra esse tipo de agremiação que vocês curtem torcer, mudem a opção ae, porque o meu Flamengo é muito maior do que esse tipo de bárbarie.

Aliás, o Flamengo é a única coisa que importa e ele está no páreo para a Libertores. A quinqüaségima edição, inclusive. É isso que eu quero. Estar entre os maiores do Brasil e do Continente. E se o que vocês querem é acompanhar a segunda divisão, o Duque de Caxias deve estar precisando de torcida, viu? Serão bem vindos, com toda a certeza.

Se é para vandalizar a sede, que seja com um protesto pertinente ao clube. Se é para apoiar o Atlético-PR, sai ônibus para Curitiba diariamente.

No mais, aprendam mesmo a ser gente e que a torcida do Flamengo não é feita só de boçais como vocês. E, pro caso es sobra tempo livre, sempre há louça a ser lavada e terreno a ser capinado.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

separados no nascimento


fala sério, ninguém nunca reparou como esses dois são iguais? o mesmo jeitão largado, aparentemente aéreo, a mesma (falta de) classe, repara bem! só espero que os dois não sejam iguais também quanto aos métodos usados para atingir seus objetivos, eheheh... porque já que tem que ser um tricolor, pelo menos que seja na honestidade!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Um Pouco de História Verde ou Como Ser um Verdadeiro Estraga-Prazeres

É impressionante como o Goiás consegue ganhar destaque nas últimas rodadas do Brasileirão. Pelo menos nos últimos 4 anos, contando com 2008... Não importa se a performance do clube foi mediana, não brigando em nenhuma das pontas da tabela, mas ele sempre é O Cara.
Este ano, a última partida do time goiano será contra o São Paulo que só depende de si mesmo para ser campeão. Mas basta a estrelinha do Goiás brilhar um pouquinho mais na cidade de Gama, para que o São Paulo tenha de rezar também pelo santo do Atlético Mineiro para que o Grêmio não consiga 3 tentos em pleno Olímpico Monumental na última rodada.
Em 2007, para não ser rebaixado, Corinthians precisava vencer o Grêmio em Porto Alegre e torcer para que o Goiás despachasse o Inter no Serra Dourada. O verdinho cumpriu sua parte no acordo, mas o Corinthians não. Devido a isso, foi passear pela Segundona em 2008.
2006 foi o ano em que o verdinho goiano perdeu dentro de casa por 2 a 0 para o tricolor paulista na 35ª rodada, deixando o São Paulo a apenas um ponto do tetracampeonato nacional. Na rodada seguinte, Atlético Paranaense arrancou o empate do São Paulo no Morumbi, mas o tricolor só precisava de um ponto mesmo. E ali sagrou-se campeão com duas rodadas de antecipação.
Em 2005, quase que o Goiás estragou a festa do que seria o quarto título nacional do Corinthians. Foi aquele campeonato conturbado, com venda de resultados, MSI e tudo de mais podre do reino da Dinamarca. Aliás, a última rodada deste campeonato foi marcada pela cor verde. Goiás ganhou do Corinthians por 3 a 2. O Inter, por sua vez, não fez a lição de casa e perdeu para o Coritiba por placar simples, porém funcional, de 1 a 0.


Aliás, enquanto eu escrevia sobre o Goiás, notei que o Colorado também apareceu em quase todas! É o vermelhinho junto com o verdinho... E isso me lembrou a querida Lusa que entregou o ouro pro bandido no Canindé e realmente vai passar umas férias no spa da Série B. Triste!

Água no chope

E os pontos corridos estão geniais. Não tem final, mas nada está definido até a última rodada do campeonato; temos noção do que pode acontecer, mas ninguém levou taça para casa.

O Flamengo, que já desisitiu de tudo nesse campeonato entregou o empate ao Goiás quando o Caio Jr decidiu que o Fierro seria uma ótima opção pro lugar do tremendo vacilão e a avenida aberta naquele lado do campo facilitou a reação goiana. Afinal de contas, eles sabem fazer gol na mesma medida que sabem explorar falhas. Bom pra eles, pior pra nós, que seguimos fora da zona de classificação.

O Grêmio foi ao Vale do Aço e, pra variar, nem tomou conhecimento do Já Rebaixado. 4x1, adeus, Ipatinga. E, da próxima vez que subir à série A, faça-nos o favor de não cair no estadual. Talvez, assim, minha implicância seja menor.

Outro time que carimbou o passaporte para o Brasileirinho foi a Lusa. Eles até tentaram, mas não combinaram com o Sport e o empate praticamente tirou as chances de permanência da Portuguesa na elite do futebol nacional.

Ainda na área que leva a Segundona, o Vasco conseguiu vencer fora de casa, o filho do Seu Keirri não marcou nenhum gol, mas continua lá, em décimo oitavo. É aquela coisa, quando tudo está desfavorável, urubu de baixo, suja o de cima. As vitórias de Nautico e Figueirense impediram o Almirante de respirar aliviado nessa rodada e todos jogam tudo semana que vem, tentando fugir do rebaixamento.



E, finalmente, o jogo que eu vi: o Fluminense ignorou completamente a Festa do Hexa armada do Morumbi e chegou, cheio de ódio, querendo os 3 pontos. A moça carioca poderia ter ganhado o jogo, porque estava bem melhor em campo, mas Conca não estava muito inspirado e o Washington conseguiu desperdiçar TODAS as chances que teve. Poderiam ter ganhado, não fosse uma bobeada mosntra do Fernando Henrique. E aqui fica a dica: se a bola vem na tua direção, VAI. PRA. CIMA.

No mais, me resta agora torcer por Grêmio e Goiás como se o amanhã não houvesse. Sou magoada e me recuso a achar legal que o São Paulo ganhe qualquer coisa. Mesmo que seja par ou ímpar.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A São Silvestre da piada

*toca o tema de Carruagens de Fogo*

Meu grupo social tem o hábito deveras de esticar a piada até o limite de programa humorístico de TV aberta das noites de sábado. É divertido e vocês deveriam tentar em casa, é diversão sadia e gratuita. Claro, como quase todas as coisas na vida, fica bem melhor com cerveja. Fica a dica.

Essa introdução é só pra comentar o bafafá todo que rola entre FIFA, Conmebol e a Federação Peruana. Resumidamente, o governo da República dos Flautistas Andinos se meteu no futebol, o que é contra as regras da Fifa. Tanto Conmebol quanto Fifa se manifestaram dizendo que isso é um absurdo, abuso de poder, perguntaram se o governo peruano sabia com quem estava falando e se reúnem em meados de dezembro para decidir de passam ou não o Lico de Cair de Peru.



Ainda no assunto Liberators 09, o sorteio rolou ontem, na sede da Conmebol no Paraguay e os grupos estão pré-definidos. Por enquanto, nem notícia de times peruanos. E o que me importa nessa momento, é que a Fifa decida logo se vai colocar o Peru pra fora ou não e, o mais importante, o que será feito dessas vagas.

Se for pra ser tradicionalista (e vocês sabem que o sou) distribuiria as 3 vagas da seguinte e permanente forma: 1 pra Sulamiranda, 1 pra Argentina, 1 pra Brasil. E tirava as vagas de mexicanos também e colocava mais um uruguaio e um paraguaio. Seríamos todos felizes, jogando entre nós outros, sul americanos cheios de paixão, ginga e suíngue. Mas sou parcial e as pessoas parciais não têm vaga nesse mundo politicamente correto.

No mais, seguimos o avanço da história, aguardando a decisão da Fifa de deixar o Peru dentro ou tirá-lo da Liber.


*Os links das entidades de futebol são crédito do Impedimento porque sou preguiçosa e tenho estado ocupada e sem tempo pra caçar essas coisas eu mesma.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Esquadrão da Moda

Segundo rumores, essa aqui é a camisa nova do Vasco. Sim, já há algum tempo que o Almirante vem negociando esse contrato com um novo fornecedor, a Champs, e parece que é bem bom, inclusive.

O que não é bom são os modelos de camisa. Alguém precisa URGENTEMENTE conversar com quem manda lá pros lados da Colina e explicar que o modelo 1 descaracterizou o time (cinto de segurança, cadê?) e que o 2 parece refugo do pijamão curintchano com as cores invertidas e as faixas meio bêbadas e tombadinhas de lado.

Sim, sei que escreveu, não leu, estou aqui reclamando de inovações no mundo dos uniformes de jogo. E antes que você venha aí dizer que sou retrógrada ou mente fechada, já aviso: não é isso. As roupinhas de jogo fazem parte da identidade de um clube e quando você muda isso, mexe com uma série de coisas no imaginário popular e quase beira o desrespeito. Uma camisa comemorativa é diferente de impor uma nova leitura a um signo que carrega em si toda uma tradição - muitas vezes, secular.

Resumindo: não deveria ser permitido.

E, antes que alguém venha me lembrar que o escudo - símbolo máximo de um clube - do meu próprio time mudou, já aviso: sou velha, chata e purista, portando acho o escudo do remo MUITO MAIS BONITO do que essa porcaria que usam por aí. Por mim, voltaria ontem pra ele, inclusive.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

São Paulo de Oxóssi




Definitivamente o Pó-de-Arroz do Morumbi tem o corpo fechado. BEM fechado.
Tudo o que o time precisava para praticamente garantir 100% das chances de levantar a taça aconteceu. Nem as zicas jogadas sobre o time funcionaram. Notem que eu até gritei um "Vai, São Paulo!" pra ver se a zica pegava. Mas Oxóssi defendeu o time.
Vasco que PRECISAVA da vitória amargou a derrota e os meus xingamentos por não ter feito a alegria da galera. Um empate já ajudaria a abrir o sorriso, mas Vascão decepcionou.
Aliás, Vitória é um nome que talvez não devesse ser citado neste brógue hoje por respeito à vontade do tricolor gaúcho de abrir mão do campeonato. Porque o Grêmio se esforçou pra deixar a taça sair de sua mão. E perdeu o título com louvor!
Flamengo, mais um que poderia ter adiado um pouco mais o alvoroço bambi, deixou a desejar no Mineirão e só meteu dois na Raposa, contra os três que tomou.
O Porco não fez mais nada que a obrigação e despachou o Ipatinga no próprio Chiqueiro com uma vitória magra de dois tentos. Magra mas salvadora, porque o Parmerinha de Titio Luxa voltou ao G4 e, com isso, deve ter salvo o outro braço e as duas pernas do seu estimado treinador.

Enquanto isso na outra ponta da tabela...

O Peixe da Vila Belmiro parece ter nadado em águas poluídas e, como o tricolor gaúcho, também tem se esforçado muito. Só que não para perder o título, mas para ser rebaixado. Alguém explica os CINCO gols sofridos pela criança? Ele quer a todo e qualquer custo voltar para a rabeira da tabela.
Pra sorte da torcida alvinegra da baixada, ainda existe um Ipatinga que garante brilho absoluto, Vasco e Figueirense. Existe a Lusinha também... Mas esta parte o coração de grande parte dos apreciadores de futebol. Porque Lusinha é amor.
Acreditar que o duelo de drag queens no próximo final de semana trará sucesso às moças cariocas é praticamente acreditar que o Papai Noel trará um Audi TT pra mim daqui a um mês. Tipo... Não vai acontecer. Então eu ignorarei este jogo e gastarei todas as minhas velas para que o Sport tome uma sacolada no Canindé e que os demais futuros rebaixados se matem entre si. Vai, Lusinha!

E um pouco mais abaixo na tabela...

Timãoêô encerrou sua participação em casa na Série B. Num jogo contra o Avaí que mais parecia uma disputa pela última vaga na Copa do Mundo, a pancadaria predominou. E a catimba. E as vergonhas em ver aquelas jogadas. Ninguém sabe o quê exatamente levou os dois times a fazer aquilo tudo. Mas o fato é que Corinthians terminou sua última partida em casa com 8. Do outro lado, 9. Jogamos feio, ganhamos, vimos um Dentinho nada maduro e pedindo pra tomar porrada em campo, vestimos camisa dos Gaviões da Fiel (ok, apenas Dentinho e André Santos vestiram), erguemos a taça e demos a volta olímpica.
Mas o destaque da rodada vai para o Barueri que carimbou o passaporte para a Série A do campeonato no próximo ano. Despachou o América de Natal em casa, por 3 a 0.
Assim, Corinthians, Avaí, Santo André e Barueri avisam à elite do Futebol Brasuca: "botem mais água no feijão que nós estamos chegando".

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Esquentando os tamborins

Na ronda noturna pelos çáits defutebol, o ge.com me informou que saíram os grupos já do Carioca 09.

Numa reunião entre a galeren que manda, foram decididos os grupos, então ficamos assim:

Grupo A
Vasco
Fluminense
Madureira
Resende
Cabofriense
Duque de Caxias
Americano
Tigres



Grupo B
Botafogo
Flamengo
Bangu
Macaé
Friburguense
Boavista
Volta Redonda
Mesquita

E as curiosidades ficam por conta do número maior de times. Diferente de outros anos, agora são 16, o que é bom, porque dá mais chance a menores. Outrra coisa sensacional é que acabou-se a palhaçadinha de grandes só jogarem no Maracanão. Haverá maior variedade de estádios, porém, data, horário e locais ainda não foram definidos pois alguns estádios ainda passam por revisões e/ou aguardam laudos favoráveis.

A única definição é o que o pontapé inicial será dado no dia 26/01, enfrentando o Friburguense no Maraca. Botafogo, Fluminense e Vasco enfrentam, respectivamente Boavista, Cabofriense e Americano. Somente Flamengo e Vasco abrem como anfitriões. Até o momento, os estádio liberados são: Raulino de Oliveira (Volta Redonda), Eduardo Guinle (Friburguense) e Edson Passos (do América, que passeia na segundona estadual e deverá ser usado pelo Madureira, que teve o Conselheiro Galvão vetado para jogos contra os grandes). No lado das residências que aguardam alguma pendência temos: Godofredo Cruz (Americano), Moça Bonita (Bangu), Eucy Rezende (Boavista) e Alair Corrêa (Cabofriense).

Por aqui, torcemos para que Moça Bonita seja liberado.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Casinha de caboclo

A rodada de número 35 foi completamente caseira. Nenhum empate. Todos os anfitriões ganharam os 3 pontos, incluindo aí o Já Rebaixado. Mas se você pensa que foram jogos morninhos, com placares xoxos, está completamente enganado. Me dá a mãozinha e voltemos até quarta passada...

O Atlético recebeu o Vasco em casa e sapecou um 4x1, com sede de vingança dos 6x1 do primeiro turno. Os mineiros tentaram, mas a defesa estava menos escalafobética - embora ainda num despreparo que não tem precedentes - e conseguiu impedir que o Galo empilhasse mais gols. Aliás, demérito também do ataque do Atlético que é completamente irregular, surtado e precisa treinar finalização como se o amanhã não houvesse.

Adiantando o tempo para sábado, temos o Flor, de virada, levando os 3 pontos com 3 gols em cima da Lusa, que tentou, mas ficou só no gol único mesmo. Outro que também fez um gol para cada ponto foi o Ipatinga, em cima do Sport. Porém, a surpresa mesmo ficou por conta do Náutico que sapecou 1,2,3,4,5 gols no Cruzeiro, que abandonou de leve a aflição e conseguiu achar 2. Espero em Deus que as smurfetes joguem assim na próxima rodada, com a zaga perdendo todo e qualquer mano a mano, in Ibson we trust.

Chegando ao domingo temos a surreal rodada com jogos decisivos em horários diferentes , o que é meio estranho. Mas como manda quem pode, obedece quem tem juízo, a gente só fala dos jogos. Botafogo foi passar calor em Itumbiara e deve ter desidratado, já que esqueceram que se é Baier é bom, três vezes bom, e voltaram para casa com um pesado 3x1 contra. O São Paulo meteu 3x1 no Figueirense; bocejos, líder, bambizada saindo do bueiro yadda, yadda.



Ainda na primeira rodada do domingo, tivemos a goleada menos esperada do campeonato: Flamengo 5 x 2 Palmeiras. Não, ninguém leu errado, nem viu errado. Aconteceu. Numa tarde de sol, Ibson e Kleberson resolveram seguir o método Nunes de palhaçadinha zero e nem tomaram conhecimento do Palmeiras. Claro, já reclamaram da arbitragem, que houve um gol ilegal do Flamengo. Ok, ainda temos 4, achem mais erros.

No horário seguinte, o Internacional - provando que urubu quando está cagado, o debaixo caga no de cima - tomou o gol mais esquisito do campeonato, numa bola que voaria na arquibancada, mas quase derrubou Gustavo Nery e enganou Lauro. Mas eles estão preocupados mesmo com a Sulamiranda, então, né... Patético paranaense e Grêmio ganharam seus jogos por 2 x 1 . O que é ótimo pra mim: o primeiro porque se aproxima da última rodada tranqüilo, tranqüilo, quase com sua vaguinha para passear pela América na segunda divisão do campeonato continental; o segundo porque é o único em quem confio para arrancar o título da Bambizada.

No mais, sou uma pessoa de fé e acredito no Grêmio. Tricolor campeão, por tricolor campeão, que seja o gaucho, que tem sotaque mais bonito.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os porquês do futebol

O texto abaixo é colaboração da amiga do blógue, doente por futebol e que tenta, mais uma vez, explicar toda a nosssa paixão e devoção.


Eu já tentei entender, sem sucesso. É apenas um escudo. São apenas cores. Onze jogadores correndo atrás da bola em nome de uma instituição que nada tem a ver comigo e pode ruir a qualquer momento.

Mesmo assim, minha paixão por futebol é maior que qualquer outra que eu tenha ou já tenha tido. Eu acompanho os resultados do meu time. Eu verifico o resultado dos outros times que influenciam no meu. Eu torço contra os times de que não gosto. Eu visto pelo menos uma cor do meu time todos os dias e só uso a cor do maior adversário se perdi alguma aposta.

Vitórias me deixam mais feliz que um aumento salarial. Derrotas são quase como perder o emprego e me dão vergonha de sair na rua. Já faltei ao trabalho por conta de derrotas do meu time. Com um pequeno detalhe: sou mulher.

Já disse Diogo Mainardi: “O futebol é irrelevante”. Sob a ótica estritamente racional, ele tem toda a razão. Afinal, sem incluir a paixão do torcedor, o que é um clube de futebol senão uma instituição como outra qualquer? Que contrata, demite, paga salários e tem que gerar resultado? A diferença aqui é que o resultado das empresas é o dinheiro; o dos clubes, as vitórias – o dinheiro é conseqüência. Um clube pobre em faturamento, que vença muito é mais popular e visto como mais bem-sucedido que um clube milionário que não vence com freqüência. Então entra o outro ponto: ninguém torce para uma empresa ganhar dinheiro, a não ser que tenha ações. Eu por acaso tenho ações do meu clube??

Meu Clube! Que sentimento irracional de posse! Algo quase tão obtuso quanto “meu marido”. Meu marido tem nome, meu clube também. E nenhum dos dois é inteiramente – se o é em alguma medida – meu.

Mesmo assim, me vejo dona. Eu e toda a torcida. Meu clube, meu estádio, meus jogadores. Muito mais meus que o meu marido. Afinal, de marido eu troco; de time, jamais.

E isso é outra coisa que não tem razão de ser. Eu amo meu marido. Ele faz tudo por mim, somos felizes juntos. O que meu time faz por mim? Por mim, efetivamente? NADA! E eu trocaria de marido, mas não de time? Insano.

Para tentar entender essa dicotomia – amo algo que não é nada e nada faz por mim mais que qualquer outra coisa – recorro ao mestre Nélson Rodrigues, que não gostava de futebol, diga-se de passagem.

Se bem que... não, é melhor não. Como vou usar como exemplo uma pessoa que não só não gostava de futebol, bem como o enxergava como um pano de fundo para o que é realmente importante? O futebol não é pano de fundo, é ator principal. A batalha campal que é o futebol; o bem contra o mal arbitrado por um ser todo-poderoso (o árbitro) é uma linda representação da vida.

O Ser todo-poderoso na vida, assim como o árbitro no futebol, muitas vezes é injusto conosco – na nossa visão, claro. Aplica punições desnecessárias, premia injustamente, tem seus preferidos, é parcial. Como na vida, a regra é clara, mas carece de interpretação; e cada um interpreta como lhe convém.

No futebol, o bem luta contra o mal e nem sempre o mocinho vence, assim como no mundo real. É muitas vezes difícil entender qual é o lado bom – no meu caso, é sempre o meu time – e qual é o lado mau, para se ter certeza de quem venceu quem. E quando empata? Quem venceu?

Já entendi. O futebol é uma arte e a arte imita a vida (chavão básico). Mas no que isso explica tamanha paixão por algo que não faz nada por mim, não me gera nenhum valor, só me faz gastar dinheiro e não só não me ama de volta como nem sabe quem eu sou?

Uma parte da explicação pode estar no amor idealizado, platônico. Eu posso chegar perto dos jogadores, comprar produtos do time, ser sócia do clube, mas o clube nunca será meu; assim como aquele carinha inatingível da minha adolescência em quem eu penso até hoje. Ah, se eu tivesse casado com ele... tudo seria diferente? Melhor? Pior? Essa é a mágica do platonismo. Não há como saber, então só nos resta imaginar; e a imaginação pode tudo!

Eu não troco meu amor platônico por um amor materializado. O amor real pode dar errado; o platônico sempre dá certo. Não há motivos para brigas, desentendimentos, problemas relacionais, já que a via é de mão única. Então, a paixão nunca morre e todos são felizes para sempre.

Muitas vezes, a identificação com um determinado time tem explicações históricas, familiares, sociais. Uma família de origem portuguesa, por exemplo, torceria pelo time de mesma origem. Não é o meu caso. Minha família é dividida; torço pelo time do meu pai, mas o primeiro emprego da minha mãe foi no arquiinimigo. Meu time é elitista, alemão, de direita e já foi muito racista. Sou trabalhadora, italiana, de esquerda e sempre fui aberta. Em suma, eu deveria ser do outro lado. Mas o amor é assim mesmo... quanto menos se entende, mais se ama.

A conclusão lógica é que não existe conclusão lógica. O cérebro tem dois lados e as escolhas futebolísticas parecem ser definidas pelo lado direito, sem qualquer participação do esquerdo. Nessa hora, lembro de um professor que disse “Quando temos uma intuição, normalmente estamos certos. Isso porque a intuição é fruto do lado direito do cérebro, que faz um milhão de sinapses por segundo. O esquerdo faz quarenta mil. Se a intuição for oposta à lógica, fique com a intuição”. Meu time foi escolhido pelo lado direito; não adianta o esquerdo entrar na jogada. Enquanto o racional tenta me convencer quarenta mil vezes a trocar de time, a intuição me prova um milhão de vezes que estou bem onde estou.

Annie Fim tem 30 anos, gaúcha, mora e trabalha no Rio de Janeiro e alenta de longe o Grêmio, Imortal Tricolor

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

34 e contando

Confesso que tudo que vi de futebol esse fim de semana foram os SMS da Xianey e a o minuto-a-minuto do Impedimento. Sabem como é, a pessoa briga com o time e fica meio emo pro mundo. Mas, colocando as mesas redondas em dias, vamos pro que rolou.

Quando todos comemorávamos o empate da Lusa, o SPFC achou um gol e continua líder, com 2 pontos de diferença pro segundo colocado, o Grêmio - outro que achou um gol e pontuou no confronto direto. Ainda lá em cima, o imprestável do Fluminense não serviu nem para empatar com o Cruzeiro, que levou apertamente os 3 pontos e continua em terceiro. Descendo mais, descendo um pouquinho, Flamengo ganhou do Botafogo. E, segundo me contaram foi um dos piores jogos da história da humanidade. De resto, nada. Mais. Me. Lembro.

Passeando pela tabela, temos o triste time do Patético Paranaense afundando o Figueirense. Assim, finalmente temos alguma ordem nesse mundo, uma vez que, Figueira não é time, né? Uma pena que com a tabela como está, não teremos um dos clássicos catarinas na série A. Mas será divertida a zoação entre avaianos e figueirenses. A ver.

Ainda dando banda pela aérea de classificação da série B, o Vasco ganhou com um penal convertido por Edmundo e passa essa semana respirando. Sim, todos lemos corretamente: O Edmundo converteu um penalti. E o Vasco ganhou o jogo. Incrível, não é mesmo?

No mais, nada mais de notável na rodada. Talvez, algum colorado venha cobrar os 4x0 de Inter sobre o Já-Rebaixado. Mas aí, sinceramente, obrigação, né?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Lances Incomuns

Durante o jogo entre Grêmio e Figueirense ocorrido no último domingo lá no Olímpico Monumental*, o goleiro Wilson do time catarina protagonizou uma cena pouco vista** em jogos profissionais.
Depois de firular durante exatos 11 segundos, dizendo que a bola era dele e que ninguém mais brincaria, o juizão marcou tiro livre indireto que resultou no gol de empate do tricolor gaúcho.
Segundo a Regra 12 - Infrações cometidas pelos goleiros do Livro de Regras 2008/2009 da FIFA:
O goleiro não deverá manter a posse da bola em suas mãos por mais de seis segundos. O goleiro estará de posse da bola:
• enquanto a bola estiver em suas mãos ou entre sua mão e qualquer superfície (por exemplo: o solo, seu próprio corpo)
• enquanto segurar a bola em sua mão aberta estendida
• enquanto bater a bola no solo ou lançá-la ao ar
Quando o goleiro controlar a bola com suas mãos, nenhum adversário poderá disputá-la com ele.

Que atire a primeira pedra o goleiro que nunca ensebou pra recolocar a bola em jogo. Ou o torcedor que nunca gritou pro guarda-metas adversário parar de fazer cera. No entanto, o que chamou a atenção neste lance foi a marcação sem choro nem vela do tiro livre.
Confesso que não assisti ao jogo inteiro (só finalzinho mesmo) e não sei se o goleirão já tinha sido advertido antes. Mas como eu desejei que a moda pegasse. Seria o show do tiro livre indireto e as redes balançariam mais. Seria a aplicação do tapetinho da disciplina gerando pencas de gols.

* Usei o Monumental mais pra puxar o saco da gauchada, mesmo. Confesso que sempre que eu leio este nome, já penso no Galinheiro (Monumental de Nuñez).
** Não consigo me lembrar de ter visto outras marcações do tipo com goleiros-enceradeiras. Se a moda pega, Ceni que se cuide. Ô enrolador***!
*** Sim, foi ofensa gratuita. Não gosto dele e tenho dito.

CBF, ou Confederação Brasileira do Flamengo

Nesse Brasileirão 2008: o Botafogo já jogou com o Vasco no Engenhão; o Botafogo já jogou com o Flu no Engenhão; o Santos jogou ontem com o Palmeiras na Vila Belmiro.

Há poucos anos atrás eu assisti a um BOTAFOGO X FLAMENGO NO CAMPO DA PORTUGUESA, NA ILHA DO GOVERNADOR.

Agora a CBF INVENTOU, em parceria com a Polícia Militar do RJ, que Botafogo e Flamengo não podem disputar um jogo no Estádio Olímpico João Havelange. Estádio este tido como "o mais moderno da América Latina", construído para o PanAmericano, já visando a Copa do Mundo de 2014.

O quê?? O Brasil quer sediar uma Copa da Mundo mas um estádio moderno, inaugurado há apenas 1 ano, com capacidade para 44 mil pessoas sentadas, que já recebeu jogo de eliminatórias para a Copa de 2010, que já abrigou clássicos regionais (intra e interestaduais), não pode abrigar um mísero Botafogo x Flamengo??????

oi??

Faz semanas que essa história está rolando. Eu estava evitando comentar porque no fundo ainda esperava um pouco de sensatez desses dirigentes. Mas, faltando menos de uma semana para o jogo, a expectativa realmente não é boa.

Sendo confirmada essa asneira, o mínimo que eu espero da Diretoria do Botafogo é que separe para a torcida do Fla os mesmos 20% que nos foram separados no 1º turno, quando a mulambada era mandante. Se nêgo vai invadir ou não, pouco importa. Só pro Kleber Leite deixar de ser prego.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Como é e como deveria ser

Todos sabemos que existe o bonitinho Estatuto do Torcedor e que, com base nele, nossa querida justiça desportiva faz as maiores trapalhadas. Mas alguém já havia parado para ler exatamente que pontos são cobertos por essa lei que deveria estar do nosso lado? Eu não havia parado para ler, resolvi fazer depois jogos onde só me irritei no entorno do estádio.

O Estatuto me diz sobre ingressos:

Art. 20. É direito do torcedor partícipe que os ingressos para as partidas integrantes de competições profissionais sejam colocados à venda até setenta e duas horas antes do início da partida correspondente.
§ 1o O prazo referido no caput será de quarenta e oito horas nas partidas em que:
I - as equipes sejam definidas a partir de jogos eliminatórios; e
II - a realização não seja possível prever com antecedência de quatro dias.
§ 2o A venda deverá ser realizada por sistema que assegure a sua agilidade e amplo acesso à informação.


O que acontece é:

Você chega para comprar com, mais ou menos, 1h30min de antecedência e encontra uma fila completamente desorganizada e policiais despreparados tentando conter a bagunça. Bilheteiros inexperientes que levam muito mais tempo do que o necessário para executar tarefas simples como conferir o dinheiro e entregar o ingresso e eventual troco.

O Estatuto me conta a seguinte coisa sobre alimentação e higiene:

Art. 28. O torcedor partícipe tem direito à higiene e à qualidade das instalações físicas dos estádios e dos produtos alimentícios vendidos no local.
§ 1o O Poder Público, por meio de seus órgãos de vigilância sanitária, verificará o cumprimento do disposto neste artigo, na forma da legislação em vigor.
§ 2o É vedado impor preços excessivos ou aumentar sem justa causa os preços dos produtos alimentícios comercializados no local de realização do evento esportivo.
Art. 29. É direito do torcedor partícipe que os estádios possuam sanitários em número compatível com sua capacidade de público, em plenas condições de limpeza e funcionamento.
Parágrafo único. Os laudos de que trata o art. 23 deverão aferir o número de sanitários em condições de uso e emitir parecer sobre a sua compatibilidade com a capacidade de público do estádio.


O que acontece? Banheiro imundo e QUATRO terezas num refrigerante...


E a parte mais legal:

DA RELAÇÃO COM A ARBITRAGEM ESPORTIVA

Art. 30. É direito do torcedor que a arbitragem das competições desportivas seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de pressões.
Parágrafo único. A remuneração do árbitro e de seus auxiliares será de responsabilidade da entidade de administração do desporto ou da liga organizadora do evento esportivo.
Art. 31. A entidade detentora do mando do jogo e seus dirigentes deverão convocar os agentes públicos de segurança visando a garantia da integridade física do árbitro e de seus auxiliares.
Art. 32. É direito do torcedor que os árbitros de cada partida sejam escolhidos mediante sorteio, dentre aqueles previamente selecionados.
§ 1o O sorteio será realizado no mínimo quarenta e oito horas antes de cada rodada, em local e data previamente definidos.
§ 2o O sorteio será aberto ao público, garantida sua ampla divulgação.


O que acontece? Acontece que a arbitragem é completamente surtada, com gente mal intencionada como Gaciba e Espínola e gente que vê um jogo que ninguém mais vê, como o Alício. Será que o STJD aceita denúncia contra árbitro? Será que eu, como torcedora, posso entrar com algum tipo de ação, já que, teoricamente, existe um estatuto que deveria me proteger? Aliás, esqueceram de colocar preparada, né?

Opa...

Art. 34. É direito do torcedor que os órgãos da Justiça Desportiva, no exercício de suas funções, observem os princípios da impessoalidade, da moralidade, da celeridade, da publicidade e da independência.


Bom, se é meu direito, acho justo reclamar.

A verdade é que lendo o estatuto rapidamente, a vontade real que tenho é a de entrar com algum tipo de ação para testar o sistema. Verificar até quanto essa lei é do torcedor e quando, exatamente, se torna populismo. Só preciso de um advogado que compre a idéia comigo...

domingo, 2 de novembro de 2008

Beija Flor de Nilópolis rumo ao tricampeonato?

Essa rodada a galerinha que tava na ponta da tabela peidou na farofa. O time chuchu, que conseguiu a façanha de quase encher a Bambinera e fazer 3x0 no Inter, que estava poupando jogadores para a copa xulamiranda e se fudeu grandão. Na verdade nem se fudeu grandão, não vai pra libertadores mesmo, néam?

O Grêmio depois de começar perdendo pro Figueirense, conseguiu um empate mixuruca e caiu pro segundo lugar. As smurfetes também tomaram bonito no Serra Dourada, tomando de 3x0 do Goiás.

O Parmêra de Luxerlei conseguiu ganhar de 2x1 no finalzinho, contra os Santos, mas mesmo assim acabou ficando no segundo lugar.

O Flamengo conseguiu novamente cagar no pau e conseguiu um empate dramático, porém sin verguenza contra a querida Lusa. Quem pensa que os times lá do rodapé da tabela tão mortos, acabam tomando. A Portuguesa é um exemplo de esforço e raça, e anda dando muito trabalho pros seus coleguinhas lá do cabeçalho. Bambilândia que se prepare, porque no canindé o pau irá comer (eu vou ficar quieta pensei em piadinhas, vocês entenderam).

No jogo dos desesperados hoje no maraca, Vasco se deu melhor. Embora o Fluminense estivesse numa sequência de vitórias e o Vasco naquela montanha russa, clássico é clássico e Wagner Diniz marcou pros lusitanos, que ainda continuam no rodapé, mas conseguiram arrastar o convidado junto.

And last, but not least meu querido Galo finalmente desencantou e conseguiu quebrar a série de chulapadas promovidas pelo Botafogo nestes últimos anos.

O campeonato tá pegando fogo e eu realmente acho que o título vai ser resolvido na última rodada. E aqui deixo o que a baleia Shamu me ensinou sobre tricolores: lembrem-se do Fluminense que tava quase lá e tinha uma LDU no caminho e no caminho tinha uma LDU.

Momento EP*

Na torcida pela permanência da simpática Lusa na primeira divisão:

Valeu Lusa!!

e na sequência -

Vamo Figueirense!




*Espírito de Porco

sábado, 1 de novembro de 2008

diguinho play

Pode ser um blefe. pode ser que daqui a algum tempo o Diguinho caia em contradição. fato é que, nessa fase em que é comum torcer contra nossos próprios times de tanto que os jogadores nos irritam, uma declaração dessa nos dá uma ponta de esperança:

"- Não quero sair do Botafogo para ir para o Flamengo. Sou muito identificado com a camisa alvinegra."

Diguinho é um jogador que tem se destacado no Botafogo neste Brasileirão. É um dos jogadores mais queridos da torcida pelo menos desde o ano passado. Aí vem a imprensa e passa uma semana especulando que ele "já estava em negociação" com o Flamengo. Resultado? Num único jogo em que ele não vai bem, a torcida já não perdoa, e sim vaia e xinga.

Certamente houve quem se divertisse com as vaias. Pois bem, com essa declaração Diguinho dá adeus às vaias e reconquista os aplausos, pelo menos dos alvinegros. VAI, GUERREIRO!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Vitória com gosto amargo

Obviamente adoro ganhar, mas não assim. Não esse 2x1 com gol de empate do Botafogo erroneamente anulado. Não com esse São Paulo em campo que pouco cria e muito reclama. Não com essa palhaçada que vimos o Rogério Ceni fazer.
Sinceramente, nunca fui grande fã do Rogério Ceni, e hoje ele perdeu mais uns pontos comigo. Que tipo de capitão de time é esse? Que exemplo que ele dá? O quão perto dos jogadores ele está para dar a força pro time que só um bom capitão consegue? Está cada vez mais claro pra mim, que o foco dele é ser a estrela do São Paulo, quer chamar mais atenção que um atacante, quer ser imortalizado. E se ele estava no caminho certo há alguns anos atrás, agora ele está perseguindo a galeria dos imortais pelos caminhos errados. Querendo bater records de gols feitos por goleiros na Libertadores e cobrando faltas de maneira pífia, querendo justificar um senhor FRANGO brigando. Supondo que o juiz errou*, no futebol não há gentilezas de falar "tá, eu fui frangueiro, dá o gol pros caras aí", mas a postura dele deveria ficar no seu gol e ver no que dava. Não ficou e foi além - segundos depois fingiu uma falta que não existiu, literalmente rolando no chão. Ali, naquele momento, eu pedi pra ele sair. E até o fim da partida fiquei com um gosto amargo na boca.**

*não quero me aprofundar em "juiz comprado" e afins. Façam vocês isso.
**imaginei a Joaka me xingando também, mas não vem ao caso :P

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Devo, não nego

Início do ano, falei aos quatro cantos de como detesto pontos corridos, mas reconhecendo a justiça da premiação. Lembro de ter dito, inclusive, que torna o campeonato xoxo e sem-gracinha. Pois que São Judas Tadeu - Deus, Javé, ou qualquer outra entidade religiosa na qual você queira acreditar - me fez pagar a língua.

A verdade é que não sabíamos muito bem como fazer nesse lance de pontos corridos. E parece que o povo andou estudando para esse ano. Daí as distâncias apertadas, revezamentos na ponta da tabela e até alguma emoção pra quem está bem lá em cima ou muito afundado na lama. Todos perceberam a importância de pontuar, especialmente fora de casa. Melhor somar um ponto a não somar nenhum. Também é bastante interessante perceber que, sim, é possível tirar algumas diferenças fazendo a sua parte e torcendo para a a combinação de resultados nada impossíveis.

A essa altura do campeonato ano passado, estávamos todos entediados, com um SPFC já campeão (ou muito em vias de) e nossa diversão passou a ser o acesso à série B, onde até times grandes disputavam vaga. Já nesse ano, a parte do acesso a série B continua divertida, mas não há nenhum possível campeão. O que temos é um clube com t pontos de vantagem sobre o segundo colocado; que está a apenas 1 ponto de outros 3, que só definem sua colocação nos critérios.

Ou seja, para quem está ali na frente, até a 5a colocação, sim, existem chances. (Não incluo o Botafogo, porque acho que 10 pontos já caracteriam uma diferença muito complicada de ser tirada para o atual líder, especialmente quando só nos restam 7 rodadas - contando a de hoje). E se existe chance de levantamento de taça, existe emoção.

Lá na parte debaixo, a coisa também anda bem quente. A exceção do já rebaixao Ipatinga, do 19o ao 14o colocado a indefinição reina. A maior diferença de pontos é exatamente entre Fluminense (14) e Vasco (19) e conta apenas com 4 pontos. Exatamente a mesma diferença entre Flamengo e Grêmio. Ou seja, para quem está nos extremos da tabela, ainda tem muita água para passar debaixo dessa ponte e a ordem maior é acompanhar tudo que for possível.

Já quem está no meio da tabela, realmente não deve estar lá vendo muita graça. Mas aí, a culpa não é minha...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sempre hei de ser

Hoje, 28/10 é dia Dele, nosso Padroeiro, nosso - da Nação - milagreiro, aquele a quem recorremos quando as vitórias nos faltam e a quem agradecemos quando os gols chovem. E é também o dia do Flamenguista. Um dia que deveria ser feriado mundial tamanha a grandeza do clube em nossos corações e o espaço enorme que ocupa em nossas vidas.

Deixarei vocês com uma crônica do Zélins, flamengo apaixonado e grande nome da literatura mundial e mais tarde volto pra me contradizer pencas e mostrar como pontos corridos pode ser uma coisa divertida.


A grandeza do Flamengo

Molas anda a tomar o Flamengo para a graça dos seus bonecos. E a mim, para um motivo de comovedora solicitude às dores do meu clube.

O fato é que o Flamengo anda a sofrer. Mas acredito que não sofra de doenças que possam levá-lo a estado de gravidade.

O que existe no nosso clube é apenas um acidente da vida. O nosso time andou a levar suas cargas de pau, a merecer, de fato, surras de adversários sem grande credencial. Acredito que tudo se resolva bem. Hílton Santos, apesar de todos os seus atos ditatoriais, é, no fundo, um flamengo de bom coração. E, para ser um bom flamengo, primeiro que tudo, carece o cidadão de ser um homem do povo, capaz de gestos democráticos, sem atitudes de mando agressivo.

O Flamengo é da paixão do povo. E aí está sua grandeza.


Publicada em 25/5/1946

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PQP, vai ser cagão assim nos infernos!

Flamengo continua no G4. Goleou o Coritiba e ainda teve ajuda dos outros coleguinhas de ambas as pontas da tabela. O convidado tomou toddynho e goleou o Parmêra dentro do Maracanã, começando a se livrar de ir pra onde ele não deveria ter saído.

O São Paulo ganhou do Vitória e tá encostando *ui* no Grêmio, e o fenômeno anual de aparecimento de tricolores* voltou a acontecer.

As marias conseguiram perder pro Falso na arena da baixada de 1x0, que mesmo ganhando, continua com o pé na segundona.

O Botafogo ganhou de 3x0 do já rebaixado Ipatinga e ainda tenta quem sabe talvez com reza braba, terminar no G4.

O Galo empatou com o inter depois de quase ter perdido de virada. E ali no meio é aquela merda de quem vai pra xulamericana ou não. BOOOOORING.

Vasco também tomou toddynho e conseguiu finalmente ganhar uma partida. A porrada come nas extremidades da tabela e sabe Deus quem vai ganhar esta merda. E pra ganhar vai ter que rebolar, rebolar, rebolar.


*eu tenho amigos São Paulinos bacanas, conscientes e que realmente curtem o esporte bretão. Mas os que só aparecem quando o campeonato tá no fim me irritam. E infelizmente o mundo tá cheio deles.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sugestão de presente: Dignidade

Não tem nem uma semana que passei o pito no Senhor Meu Presidente e zoei Darth Eurico e já me surgem Horcades e Montenegro na vontade de aparecer.

Olha aqui, os senhores todos façam o favor de descer alguns posts e ler o texto que fala de vossas responsabilidades, seja como dirigentes, seja como "autoridades" associadas a clubes. Porque eu estou muito perto de perder completamente a paciência com as Vossas Senhorias.

Fica a dica: leiam o Chuteira e paguem menos micos pela vida.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Pequenas inconveniências, grandes distúrbios


Essa semana foi extremamente conturbada para o futebol brasileiro. Como a cara colega Joakina falou mais ali embaixo, os pavões do STJD resolveram que o momento era propício para aparecimento e saíram distribuindo punições injustas e sem um pingi de noção para os coleguinhas de Grêmio e Botafogo. Os rapazes do Impedimento também opinaram - e de forma muito mais bonita do que o texto a seguir, registre-se.

Para início de conversa, qual o papel do STJD na noite? Por que, exatamente, todos os clubes concordam com esse tipo de interferência abusiva? De quem foi a infeliz idéia de criar tal entidade, aliás? Não responderei a nenhuma dessas perguntas, inclusive porque são muito sinceras e realmente me questiono isso sempre. Explico: se é para que se analise um lance, que se faça DURANTE a partida. Oras, é injusto que um bando de cidadãos tenham acesso a informações privilegiadas e que não são repassadas ao condutor da partida (o cara de apito, para as namoradas participativas)no momento em que acontecem as "infrações". Aliás, se a atitude tomada pelo árbitro no decorrer do jogo não serve para nada, acabamos de inutilizar o moço de preto*, né?

Os efeitos suspensivos das penas já gritaram pencas; o que, mais uma vez, só mostra como é inútil esse Superior Tribunal de (in)Justiça Desportiva. Você está suspenso por 8 jogos. Brinks, pode jogar. Não, não, tá suspenso. Não, não, brinks, jogae pleskão. Ad nauseum

Não entendam mal, acho mesmo que deva haver uma entidade que aplique penas severas a engraçadinhos que pensam estar numa tirinha do Futebol-Força Futebol Clube. Mas não da forma como é. Primeiro porque é abusivo, segundo porque - como já disse ali em cima - desrespeita a autoridade do vivente que, oi, conduz a partida. No fim das contas, como está, só serve para alimentar ególatras e levantar suspeitas. Eixo do mal, máfia, malas de dinheiro, parcialidades, clubismos, incompetência, briga de egos, enfim, tudo isso é levantado quando parece haver favorecimento de alguém. E sempre parece.

No maravilhoso mundo de Lilaise, os clubes pensariam a longo prazo e se uniriam contra esses desmandos dos magistrados. Divido a minha idéia com meus maravilhosos leitores, segurem-se, vocês estão entrando na zona Além da Imaginação:

Não houve efeito suspensivo. O Clube dos 13, ciente de sua força, faria uma reunião às escondidas do mundo. Numa bela sexta-feira, todos estampam em seus sites: "TORCEDOR, NÃO COMPAREÇA AO ESTÁDIO"; os torcedores obedecem em grande número. Na hora das partidas, com os estádios às moscas, entrariam em campo os times; apita o ínicio da partida, o árbitro. Os jogadores tiram baralhos e dominós dos bolsos, sentam-se no gramado e recusam-se a jogar. Depois aparece um manifesto enorme, assinado por todos os 20 times participantes do campeonato, explicando a atitude e exigindo mudanças, tais como "se é pra julgar pelo que a TV diz, faremos durante o jogo, tv nos gramados, já."**. Resultado? Em umas 3 ou 4 rodadas, no máximo, a CBF estaria bem bonita, acatando tudo e servindo cafézinho.

-Ah, mas e o dinheiro perdido com essas partidas?
-Seria retornado com amistosos durante a pré-temporada. Claro, é um pensamento a longo prazo, coisa que nossos dirigentes não têm.

Voltando à realidade, agora. Sim, eu acredito que essa atitude seria uma belíssima resposta a todos as maluquices que a CBF tem nos enfiado goela abaixo. Sim, eu acho que os clubes não façam idéia da força que eles têm; ou são simplesmente muito individualistas. Às vezes, me parece que o povo só lembra de 87 quando é para cornetear e esquece que aquilo foi a maior quebrada de pernas que nossa adorada-salve-salve entidade máxima de futebol tomou na história recente. Um belo exemplo de que, sim, se pode protestar pacificamente e de forma efetiva.

Sou sonhadora, sei. Dificilmente os clubes tomariam a iniciativa de reeditar um movimento que mostrou o poder que temos, a menos que mexa muito no bolso (ou cofres, interpretação livre) de todos eles. Uma pena, porque seria histórico um campeonato que acontece e simplesmente não anda. Pena maior ainda, que sabemos que isso não daria certo devido à falta de caráter de uma meia dúzia de 3 ou 4 agremiações...

Mas fica a idéia.

*Tá, mudaram a cor da camisa, mas sopu antiga. Respeitem.

**Ou algo mais bonito e elaborado.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

FAIL AGAIN

Kaká diz que o jogo tava uma merda porque tava todo mundo tava cansado.

Pára* tudo.

Pegamos trânsito todo o santo dia.
Ônibus lotado.
Chefe mala.
Muitas vezes nem um obrigado ganhamos.
Ganhamos salários de merda.

E eles é que estão cansados?

Pergunta pros garçons que trabalham em pé todos os dias, até às 3 da manhã, se eles tão cansados pra bater uma pelada nos campos do Aterro do Flamengo?

Na boa, esses putos da seleção tinham é que virar uma laje pra ficar cansados de verdade.

*eu me recuso a parar de usar o acento diferencial.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

parei com o STJD

chega. Brasileirão não dá.

Carlos Alberto pega oito jogos, e Jorge Henrique, 120 dias de gancho.

na boa, é ridículo DEMAIS.

faltam 9 rodadas? aproveitem. eu to fora. engraçado, ainda hoje pensei em ir ao Engenhão no sábado. lendo essa notícia, desisti. TODO ANO ESSA PALHAÇADA.

quem quiser que se divirta. eu cansei.
vou curtir palhaçadas em outros campeonatos.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Das responsabilidades ou Quem fala demais dá bom dia a cavalo

Um presidente de clube pode - e deve, acredito mesmo - ser torcedor. O que não pode, em tempo algum, é deixar o posto de presidente quando fala à imprensa. Ele deve ter consciência de que suas declarações de apaixonado pelo clube repercurtem mais amplificadas do que a voz do tocedor comum - a minha e a tua.

Como exemplo de erro galopante temos ele, o Clodovil da Gávea: Márcio Braga. Eu, Lila, aqui no Chuteira ou no bar da esquina, posso e devo dizer que acredito, que estou preparando festa de campeonato ou que o time do Vasco está inexistindo; ele, Márico, não pode. Mais do que não poder, não deve. Da mesma forma que não vou até a Gávea ensiná-lo a presidir (embora devesse, que conste), não admito que ele venha a público me ensinar como torcer.

Qualquer um que tenha lido cadernos esportivos na semana passada viu a declaração - apaixonada, mas equivocada - do Sr Braga, dizendo que a festa do Hexa já estava pronta. E o prospecto era bom: estávamos em quarto lugar, empatados em pontos com 3o colocado e a poquíssimos pontos do líder. Míseros empates nos jogos dos 3 primeiros e subiríamos posições importantíssimas. Não era impossível, não era, nem mesmo, improvável. Mas o presidente abriu a boca e colocou sangue nos olhos dos adversários e um salto agulha nos nossos.

O que aconteceu domingo no Maracanã é fruto dos ecos da desprositada fala. O Flamengo, possivelmente se achando já campeão, perdeu a vontade de viver ainda no primeiro tempo. Diante de 81 mil pessoas que se acotovelam nas arquibancadas e cadeiras azuis*, o time se entregou; talvez já crendo ter o título...

Mas o Sr Márcio Braga ainda não parou. No ínicio dessa semana, ausentou-se da culpa pela derrota e já diz desconhecer o Vasco. Como assim, o senhor não conhece o Vasco? Pois apresento-lhe eu o Clube da Colina, Dileto Presidente. O Vasco é o nosso rival. E nossos rivais têm, quase sempre, a mesma grandeza que nos cabe. Não passe vergonha diminuindo a agremiação que bate de frente conosco, para não corrermos o risco de acabar rivalizando com um Boa Vista da vida. Márcio Braga, o Vasco é um time grande. E é o nosso clássico. E é o mais bonito do mundo.

Mostre respeito, Dirigente. O mesmo que exige de seus adversários. E também pense um pouco mais antes de se portar como torcedor quando próximo a microfones. Mas, acima de tudo, estimule o elenco; não com festas de hexa, mas mostrando a eles que a torcida - aquela que fica na arquibancada, sem voz, tomando chuva e vento - merece o título, a glória e ter um sorriso que não cabe no rosto de tanta felicidade e orgulho. Orgulho de ser Rubro-Negro, Senhor Márcio Braga. Orgulho. E não a vergonha de ter um comandante tão despreparado.


*Que eu só chamo de geral.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O improvavél acontece

Mais velho que andar pra frente é a frase que diz: " o futebol é uma caixinha de suspresa". Neste sábado, mais uma vez comprovamos este "ditado" na prática.
Lamentavelmente não pude assistir o jogo, mas conferi todos os lances e comentários.
Achei impressionante. Na verdade não esperei que o Galo surpreenderia tanto.
Mas na verdade o que me surpreendeu foi o contexto que o time vivem neste ano:

- ano do centenário e NENHUM título;
- crise no conselho, brigas em reuniões;
- muita confusão para sucessão presidencial;
- denúncias seríssimas contra ex-diretores;
- acusações sobre desvio de verbas;
- poucos jogadores experientes;
- campanha medíocre no Brasileiro;
- muitas atuações ruins;
- muitos empates (para não citar as derrotas).

Apesar disso tudo nós atleticanos continuamos aqui, calados mais prestando atenção.
Como citou um amigo cruzeirense esta semana: "ser atleticano ultrapassou os limites do futebol, virou religião". Eu concordei.
E assim, com a fé um pouco abalada, fui surpreendida pelo 3 a 0 contra o Flamengo no Maracanã, feito que não acontecia há 23 anos.
Foi bonito, mas o campeonato segue, o time estacionou na 12ª posição e domingo é dia de clássico no Mineirão.

Para os que ainda não acreditam, como eu, um vídeo com os melhores momentos:

Ah, se eu pudesse e meu dinheiro desse - II

Volto aí com os comentários non-sense sobre algo em voga na grande mídia. Dessa vez é o texto relatando a volta dos jogadores daquele Time de Amarelo.

Após golear a Venezuela por 4 a 0, a seleção brasileira enfrentou uma verdadeira maratona para sair de San Cristóbal e chegar ao Rio de Janeiro. No total,
foram quase 15 horas de viagem, em uma “corrida” que durou toda a madrugada. A delegação só desembarcou no aeroporto do Galeão nesta segunda-feira por volta das 9h15m (de Brasília).


Coitadinhos, né? Quinze horas, gente. E 4x0 em cima da fraquíssima Venezuela não é goleada, é obrigação, só pra ficar a dica pro pessoal.

A dor de cabeça começou com a notícia de que a pista da base militar, em Santo Domingo, que pousaria o avião da seleção estava fechada. O mau tempo e a falta de radar para auxiliar o piloto impediram a aterrissagem. Com isso, a solução foi colocar em prática um plano B.

Jogadores e comissão técnica, então, foram obrigados a seguir para o aeroporto Juan Pablo Pérez Alfonzo, no estado de Mérida*. Uma viagem de ônibus fora do previsto por uma estrada cheia de buracos, quebra-molas e curvas sinuosas que durou cerca de quatro horas.


Pelo menos, os pobrezinhos tinham um plano B, né? E que coisa horrorosa, estradas esburacadas e com curvas sinuosas. Gente, que lugar é esse com estradas precárias? Como essas pessoas vivem desse jeito? Sorte nossa que vive num país cujas estradas são freeways belíssimas e muito bem pavimentadas, né?


Aeroporto com cara de rodoviária

O aeroporto era pequeno e parecia mais uma rodoviária. Os banheiros não tinham água. No restaurante só havia sanduíche de pão de forma com queijo e presunto. Várias mesas foram juntadas com copos de plásticos e garrafas de refrigerantes de dois litros para receber os atletas. Mas a comissão técnica preferiu levar o lanche para a única sala mais reservada. Com isso, um garçom saiu com bandejas de sanduíches empilhados. Outro com refrigerantes e copos nas mãos.


Eles já estiveram em Assunción? Porque, sério, aquele aeroporto é pior que o terminal rodoviário atrás da Central do Brasil. Além de tudo isso descrito, ainda tem índio tentando te acharcar com aquelas porcarias de penas e miçangas. E eles nem aceitam espelhinhos como pagamento...

Realmente, é um desrespeito que nossos heróis sejam obrigados a comer pão com queijo e presunto e tenham apenas refrigerantes para beber. Imagina então ter de ENCHER O PRÓPRIO COPO. Mas é uma ofensa de proporções colossais. Recomendo que o Itamaraty rompa relações com a Venzuela, com Santo Domingo, com o estado de Mérida* e, por que não, com toda essa baixeza que é a América Latina; de agora em diante, só falamos com pessoas do nosso nível, só Europa, tá, meu bem?


A aventura ainda estava longe do fim. O avião que levaria a seleção até Maracaibo não estava no local. Após a tentativa sem sucesso de pouso em Santo Domingo, a aeronave voltou para Caracas. E com isso a seleção precisou esperar cerca de 1h30m até a chegada do avião no aeroporto de Juan Pablo Pérez Alfonzo. Alguns jogadores ficaram conversando em uma pequena sala. Outros preferiram permanecer no ônibus.


Como assim alguém precisa esperar 1h30m por um avião? Estou falando, essa América Latina é um matadouro para pessoas finas...

O vôo seguiu para Maracaibo apenas às 1h55m (de Brasília). Um avião de pequeno porte capaz de decolar da curta pista do aeroporto. O vôo teve momentos de turbulência, principalmente na decolagem. Os 30 minutos de duração pareciam mais longos que o normal.

Ao chegar em Maracaibo finalmente uma boa notícia. O avião fretado que levaria a seleção de volta ao Brasil não precisaria mais fazer uma escala em Manaus, uma exigência dos órgãos de aviação por causa do plano de vôo. Após uma negociação, a aeronave seguiria direto para o Rio de Janeiro, o que deixaria a viagem duas horas mais rápida.


Bom, finalmente alguém tomou uma atitude, não é mesmo? Pois, imaginem, heróis nacionais presos neste pesadelo sul-americano? Um desrespeito.


A alfândega para sair da Venezuela foi feita na pista mesmo, em uma mesa improvisada na pista. Às 3h10m, a seleção deixava Maracaibo. OS jogadores usavam as três poltronas da fileira como cama. Cada um sentou em uma. A maioria tirou os tênis e deitou para dormir logo após a decolagem sem mesmo esperar o jantar.

A viagem até o Rio de Janeiro durou pouco mais de seis horas e foi bastante tranqüila, para alívio da seleção brasileira. Chegava ao fim a maratona.


Mais uma vez: palmas! Porque os pobrezinhos já estavam completamente desgastados, não poderiam MESMO ainda passar pelo stress de uma alfândega, não é mesmo? Afinal, já passariam pelo desconforto de precisarem se espremes em 3 poltronas.

Estou completamente indignada com o tratamento dispensado a nossos atletas, que mundo é esse onde gente que veio do nada e ganha milhões passa por uma coisa dessas? Se ainda fossem pessoas comuns, como eu ou você, mas não, eles são importantes. São atletas brasileiros! Ainda bem que a imprensa esteve lá para nos deixar a par de tal acinte...

*Inevitável soltar aquele risinho de 5a série, né?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Lesão por Execuções Repetitivas

Aos dez dias de setembro de 2001, o Sr. Walter Feldman assinou em São Paulo a Lei Estadual 10.876 que explicita em seu Artigo 1º

É obrigatória a execução do Hino Nacional Brasileiro em todos os eventos esportivos realizados no Estado.

No meu entender, foi aí que começou o imenso desrespeito a um dos símbolos desta sofrida nação. Em cumprimento à supracitada lei, 10 minutos antes do início das partidas futebolísticas, todos são agraciados com a melodia que nos faz recordar que ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heróico o brado retumbante. Tudo seria perfeito se:

a-) os times estivessem perfilados em campo aguardando a execução do hino;
b-) os policiais que estão ali para manter a ordem no galinheiro estivessem em seus devidos postos, em posição apropriada;
c-) o trio de arbitragem já estivesse posicionado no centro do gramado;
d-) a torcida estivesse em silêncio;
e-) fosse executado de maneira decente, com um sistema de som com um mínimo de qualidade e um CD pelo menos não muito riscado.

No entanto, o que se tem visto são atos comparativos a uma cusparada na bandeira nacional. Exagero? Pode até ser, mas é assim que eu vejo.
10 minutos antes das partidas da Série A do Brasileirão, por exemplo, é quando começam as transmissões televisivas. Se você atentar ao que está acontecendo no estádio, perceberá que, enquanto os comentaristas cumprimentam os telespectadores e a propaganda come solta no centro da tela, há uma musiquinha chumbrega sendo executada ao fundo. Sim, senhoras e senhores, é o Hino Nacional Brasileiro sendo executado de um CDzinho riscado, naquele sistema de som que você reza para que não seja o seu carro sendo anunciado, porque não dá pra entender absolutamente nada, enquanto seu goleiro bate um papo com Deus, o bandeirinha aproveita pra tirar a bituca de cigarro que grudou no cravo da chuteira dele e aquela senhora no meio da torcida arremessa um amendoinzinho doce na cabeça do cidadão que a pisou enquanto subia mais um degrau.
Quantas vezes não tomamos chamadas na escola porque não respeitamos a execução do Hino? Quantas vezes nossas avós não nos mandaram ter educação? E pra quê? Pra que o nosso Hino fosse tratado como uma musiquinha de micareta sendo executada em segundo plano.
Não adianta virem dizer que "é pra fixar a letra". Que letra? Aquela que não dá pra entender? Daquela musiquinha que não dá pra ouvir porque a torcida está gritando o nome de seus jogadores? O pior é que não é só em São Paulo que esta babaquice de lei vigora. No Ceará também. Em São Paulo já existe uma proposta para que o Hino seja executado somente na primeira e na última disputa do torneio esportivo, qualquer que seja ele.
Enquanto isso, o Galvão vai continuar berrando, o lateral esquerdo vai continuar cuspindo, o moleque na arquibancada vai continuar dando um pedala no coleguinha, tudo isso ao som da doce melodia da qual deveríamos nos orgulhar.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Darth Eurico diz pra Dynamite: Sith ode ae

Todas nós já estávamos com a cartolina guardada, esperando que isso acontecesse.

É obvio ululante que Eurico quer (e vai) aproveitar da merda que o Vasco se encontra pra poder voltar "nos braços do povo" (tiop oi). Como a gente sabe que Eurico vale menos que um frasco de leite de rosas vazio, e que eu já vi novelas das 8 demais nessa vida, eu sei que um vilão é capaz de tudo pra conseguir o que quer, acredito que Darth Eurico armou a parada toda pra foder direitim o Dynamite.

Na minha modesta opinião (aquele achismo básico), Dynamite tem rabo preso pra não botar pra fora todos os asseclas de Eurico que tão descaradamente detonando o clube e preparando o "retorno triunfal" do coisa ruim, que aliás falou uma grande verdade, realmente com ele na presidência o Vasco não cai, afinal de contas, todo mundo seria bem remunerado para evitar que isso acontecesse.

Eu até estava com pena, mas eu acho é que tá faltando cojones pra reverter isso. Pra jogar merda no ventilador, pra botar o pau na mesa, pra fazer a bagaça funcionar. Se Dynamite tá refugando, ae então, paciência.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Onde mora a emoção

Enquanto a série A tá naquelas de galerinha embolada, mas marromeno definida e a na série B já temos Curintcha campeão, a série C tá em chamas durante o octogonal final. São 8 times (mas tujura?) para apenas 4 vagas da sub-elite do futebol brasileiro e que não desiste nunca.

Passada a primeira rodada, o Duque de Caxias - aqui do Hell Djãnêro - lidera somente pelo saldo de gols, pois enfiou 3 no Confiança, de Sergipe. O Duque, aliás, manda seus jogos no estádio Romário de Souza Farias, o Marrentão, mas para essa fase, ainda aguarda liberação das autoridades competentes para jogar em casa. Há um problema com o número de lugares disponíveis e as exigências de nossa amiga CBF.

Nessa primeira rodada, todos os anfitriões ficaram com os 3 pontos, em vitórias magrinhas (exceção ao Duque, como vocês notam no parágrafo acima). Assim sendo, seguem empatadinhos na segunda posição o Águia, do Pará; Campinense, da Paraíba (que não sei se é O ou A, mas sempre me refiro como A Campinense); e Brasil, de Pelotas ( o querídissimo Xavante). Depois temos o povo que vai partir pra cima como se não houvesse amanhã com Atlético, de Goiás; Guarani (ha ha ha) e o Rio Branco, do Acre; seguidos pelo Confiança que segura a lanterninha pelo saldo, como já disse ali em cima.

Agora, uma coisa interessante apontar: o Rio Branco, de acordo com minhas fontes, recebeu um subsídio do governo estadual para as viagens nessa última fase do campeonato. Achei interessante, isso, afinal, a localidade mais próxima deles é o Pará e tem quase toda a floresta amazônica entre eles. Imaginem. Outro ponto curioso é que, contrariando todas as expectativas, A viagem mais longa para os Acreanos é até a Paraíba e não até o Rio Grande do Sul, como pensaríamos todos. Incrível esse país, não?

Bom, tenho acompanhado, como dá, a terceirona e me parece bem interessante. E alegrou ainda saber que TALVEZ um canal de esporte comece a transmitir um ou outro jogo. Aguardemos.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Com os dias contados

O texto abaixo foi surrupiado do Impedimento e é de autoria do Fino, amigo querido e galhofeiro de primeira.

A primeira coisa que eu vou falar nesse texto também poderia ser a última, já que resume o drama todo. Mas a coisa chegou num ponto em que o Gre-Nal das torcidas já não compensa o risco. Enquanto não morrer gente - seja no Olímpico, seja no Beira-Rio - as pessoas não vão se convencer que o clássico Gre-Nal já não comporta duas torcidas.

O que eu passei na tarde de domingo não foi diversão, não foi futebol. Foi revoltante.

Mas o bovino way of life nos ensina desde cedo que abaixo do Rio Mampituba ou tu é Grêmio, ou tu é Inter. Naquela lógica bovina de que gaúcho é super antagônico e isso é super legal porque demonstra como somos politizados (?) e adoramos divergir uns dos outros. Ou tu é chimango ou é tu maragato. Ou tu é PT ou tu é anti-PT. Ou tu é 8 ou tu é 80.

Até aí, LEGAU. De boa, É BUNITU.

Mas o Gre-Nal já não compensa o risco.

Fui sozinho para a Azenha e combinei de encontrar uns ex-colegas por lá. Cheguei e fiquei tomando uma ceva no AÇOUGUE (na Av. Azenha mesmo, uma quadra antes da ruela que dá acesso ao Largo dos Campeões). Isso era aproximadamente 15h da tarde. Viam-se alguns colorados no movimento dos carros. Mas eu juro que ainda não sei identificar quais deles devemos atacar.

Eu tava sentado numa mesa, tomando minha ceva, quando uma senhora parou na fila do semáforo. Uma senhora meio mamacita assim, não muito coroa, com uns piás no banco de trás, colorados. De repente UM cara se indignou porque um dos PIÁS de 13 ANOS fez um sinal pra ele de dentro do carro. O cara atirou uma garrafa na porta e ficou ali tacando o horror, chamando a mulher de puta e vadia pra baixo, enquanto a coitada surtava no volante. Deu umas bicudas na lateral do carro e ALIVIOU a pressão.

O Palio que parou no mesmo semáforo, 10 minutos mais tarde, se fodeu um pouco mais. Eram 3 caras de camiseta do Inter. Passaram e não provocaram ninguém. Um gremista chegou do lado do carro e tacou um copo inteiro de cerveja na cara do caroneiro. O cara nem respondeu nada, simplesmente abriu os braços. Tomou dois cruzados na boca antes de uns 10 gremistas depenarem o veículo. Não sobrou nada. Parecia ter capotado umas 30 vezes. O motora meio que demorou pra se mandar dali, é verdade. Teve que fugir por cima da calçada, quase atropelando uns pedestres. Ou seja, já podiam ter morrido uns bovinos aí.

Mais tarde, já em frente ao Olímpico, uma multidão aguardava o deslocamento com a escolta, já com algum atraso do horário previsto. Na primeira parada, em frente ao Exército, ali na Corrêa Lima, a primeira revista para ver quem estava com ingresso. Aí já se viu que tinha muita gente sem ingresso. Segue o baile. Mais uma revista metros adiante. Já próximos ao Estádio dos Eucaliptos, nova revista. Dessa vez feita no espaço entre um muro e um poste da calçada. 2.500 pessoas sendo revistadas em um vão de, no máximo, 3 metros de largura. Faltando 30 minutos para a bola rolar. A cada empurrão da turma de trás, a turma da frente levava choque dos hômi.

E quando alguém escapava da escolta, parava todo mundo de novo. Aconteceu quando uma turma considerável avistou um bar no meio da outra quadra e desviou a rota atrás da bira. Também aconteceu quando rolou um CONTATO VISUAL com os colorados, seguido de correria e novo festival de cacetadas por parte da Brigada.

Atravessamos a Padre Cacique e seguimos escoltados por dentro do Parque Marinha do Brasil até o corredor de madeira compensada erguido da frente do portão 3 até o Gigantinho. A essa altura faltavam poucos minutos pros times entrarem em campo e já no acesso ao corredor improvisado, começa aquele empurra-empurra gostoso antes de nova revista da Brigada Militar. Aí tu vê que tem uns retardados que resolvem agredir a polícia, que, descontrolada, revida em cima de todo mundo que estiver no caminho. Pau afu. Em todo mundo.

Quando consegui entrar no corredor de acesso, logo atrás veio um cara com um guri de uns 10 anos de idade aos prantos e com um senhor de um corte na cabeça.

Entramos.

Antes do jogo os colorados pareciam nos recepcionar festivamente, arremessando presentes do andar de cima. No início do jogo, tomamos um gol. Logo em seguida empatamos. Antes mesmo do segundo gol do Inter, que eu não vi, porque tava me protegendo da pauleira, uns caras do Grêmio estavam se moendo a pau, porque não sei quem tinha reclamado que era pra baixar a bandeira que tapava a visão de 200 gremistas, que faziam coro à reclamação. Bate-boca rolando ao meu lado mas eu seguia com o olho no jogo. De repente, mastros das bandeiras quebrados e 20 gremistas se demolindo do meu lado. Intervenção da Brigada e cacetada em todo mundo.

Inter 2 x 1. Beira-Rio em chamas. Pedras de lado a lado. E não era pedrinha brita, era pedaço de concreto do tamanho de um cinzeiro. Gravatearam uns 4 e levaram pra fora, passando no meio da torcida Inter, sob forte atilharia. Inter 3. Inter 4. Chuva de mijo e de pedras.

O segundo tempo pareceu passar em 15 minutos. Numa dessas um cara na minha frente leva uma pedrada NA MENTE. Só ouvi o TÓC. O cara meteu a mão na testa e saiu em direção aos degraus superiores. Esqueci o jogo, só olhava para os lados, mais alerta que escoteiro mirim. Quando uma pedra caiu perto de mim, corri para juntar. Um demente pegou antes de mim e falei pra ele aos berros:

- Entrega pra Brigada, meu! Mostra que tá vindo lá de cima!

- Que Brigada, rapaiz??? Eu sou maloqueiro! Fica na tua que eu vou guardar pra usar daqui a pouco.

Minha vontade era socar esse magrão até quebrar todos os ossos da minha mão.

De repente a Brigada SUMIU da divisória entre as torcidas. Gremistas botaram abaixo o portão que dividia as torcidas. Gremistas invadindo o espaço colorado, que se abria como um clarão. Integrantes da Nação resolvem fazer frente e percebe-se ainda um deslocamento maciço de colorados vindo da Popular e da Camisa 12. Intervenção mais fodida por parte da Brigada, em tempo de evitar uma tragédia, que consegue deslocar os gremistas de volta para o seu espaço. Terror e pânico. Provocações de lado a lado e cerca de 50 policiais baixando o sarrafo nas duas torcidas. Nisso explodiu uma bomba do meu lado. Cheguei a cair pra trás com o impacto da explosão. Uma bomba daquelas, no local certo, arranca fácil uma perna, eu acho.

Já na primeira das brigas havia me perdido dos meus amigos. Vontade de ir embora, mesmo sabendo que ficaria mais algumas horas ali sem saber o que estaria por vir. Cambada de otários cantando “vemmm, vemmm pra porrada vem! filha da puta!”. Agridem a polícia e fogem no meio da multidão, que não tem rosto e apanha por isso.

Esperei até as 10 da noite pra deixar o Beira-Rio. Na hora de sair, tudo alagado. Gremistas reclamando que “era mijo”, “haviam mijado tudo ali pra nos foder”. Depois se deram conta que a água que passava o calcanhar era dos encanamentos dos banheiros demolidos logo da nossa entrada no estádio.

A ida pra casa foi relativamente calma, com a camiseta dentro da bermuda e o cu na mão. E o cu na mão não era necessariamente medo. Eu sabia que se rolasse confusão era só fugir em direção oposta. O cu na mão era a tensão e a adrenalina a mil, que me transformaram num caledoscópio humano mirando todos os lados.

Não é bem isso que se espera de uma partida de futebol. Não vale mais a pena. Não vou mais ao Beira-Rio e não recomendo que colorados venham ao Olímpico. Cada vez mais só quem vai encarar essa bronca toda serão “os de fé”. Que, em breve, vão se matar e sepultar o clássico gaúcho.

Espremer a torcida adversária num canto do estádio e colocar a Brigada pra deslocá-los como quem leva o gado para o abate é estimular a violência. Mais do que permitir o consumo de bebida alcóolica dentro dos estádios.

O Gre-Nal já era. E talvez quando morrer gente eu não tenha mais que ouvir um postulante à presidência do meu clube debochar no rádio no dia seguinte que “20 mil correram de 3 mil, DE NOVO”.