Oito de março. Dia Internacional da Mulher. Um caminhão de flores, brindes, mimos e etc. E você, mulher que gosta de futebol ganhou o quê? Isso mesmo: você não ganhou nada.
Você continua tendo que provar que manja dos paranuês nos bares da vida. Você segue tendo que provar o teu valor ao invés do amor. Você continua ali, sendo tratada como alguém que quer "impressionar os homens e arrumar namorado". Você não ganhou nada. Não está de parabéns. E isso é uma merda sem tamanho.
Porque a igualdade deveria ser esportiva também. A gente quer equalidade. A gente quer ser vista como gente. E isso não acontece no futebol. E em esportes em geral. A gente sabe, conhece, ama, se descabela, xinga árbitro ou jogador e o respeito não vem. Mas ele precisa vir.
Então você, homem, lendo isso, pense duas - três, dez mil - vezes antes de questionar a moça que está sozinha - ou com amigas - vendo o jogo no bar. Elas estão ali pelo mesmo motivo que você. E se você não vai "testar" o novo camarada, não testa a moça. Você pode passar vergonha. E a vergonha maior é que isso ainda seja comum.
Mas vamos ganhando, aos poucos, o nosso espaço. Feliz dia de luta, amigas. Feliz dia do "a gente manja dessa merda". Feliz dia.
Chuteira de salto e minissaia
O futebol acontecendo para mulheres.
domingo, 9 de março de 2014
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Fácil? Jamais
Dizem que as coisas com a gente são mais difíceis.
Como diz um amigo meu, não basta enfiar a faca. Tem que
rodar.
E assim foi a nossa eliminação da copa do Brasil. O pior não foi
perder. Mas como isso aconteceu. Perdemos de 4 prum rival que não tem lá um
time maravilhoso.
Mas teve garra, coisa que faltou aos nossos jogadores.
Menos o Jefferson.
Jeff, você é lindo e eu te amo muitão pra sempre.
Mas o resto... o resto foi muito patético. Eu tava lá no
maraca. E não tava acreditando naquela passividade do time. Naquela passividade
do Oswaldo.
Sabe, é difícil ganhar um jogo de futebol se você NÃO CHUTAR
PRA MERDA DO GOL. É tipo o futebol for dummies -> entra lá, chuta pro gol. É básico, sabe?
E
isso não aconteceu.
Olha, fiquei desgraçada da cabeça com esse time, viu. Nunca
vi uma coisa tão ridícula em campo. Esse não é o meu Botafogo. Ouvi os ossinhos do Garrincha se revirando no caixão, caras!
Daí acabou, né. Belezura, vamos voltar pro Brasileirão
porque lá estamos jóia ainda. Enfrentamos o Galo. Foi bom pegar um freguês
assim logo depois daquela coisa horrorosa da copa do Brasil. E não deu outra,
ganhamos.
Não foi fácil não. Foi um joguinho bem mais ou menos. Mas ganhamos. E a rodada foi tão
maravilhosa que olha só, acabamos em segundo!
Agora é focar na vitória contra o Goiás.
E pelamordedeus Oswaldinho. Ajeita a posição do Rafael
Marques.
Tá feio, tá escroto.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Reféns da imprensa especializada
Em primeiro lugar, deixa eu fazer o disclaimer: tenho, praticamente, morado no Cracked e meu pensamento tem se estruturado em forma de listas. Esse texto é uma tentativa de listar sinais claros de que a imprensa esportiva brasileira nos trata como imbecis completos.
Todos sabemos que existem dois tipos de torcedores de futebol: os de clube, que se apaixonaram por um clube e têm (caiu esse acento?) humor alterado duas vezes na semana, porque só está fácil se você torce pelo Cruzeiro, esse tipo acompanha qualquer partida por uma gama infinita de razões, desde o "ah, não tem nada melhor passando mesmo" até por ter escolhido um outro time pra torcer; e os torcedores de Seleção, mas esse texto não é pra vocês, então dispensável descrever.
Motivada por um certo amargor, decidi detalhar dois dos comportamentos que andam me tirando do sério durante momentos (que deveria ser) de idílio esportivo.
O excesso de informação desnecessária
É legal quando os narradores e comentaristas trazem dados relevantes durante a transmissão. Colocação na tabela, diferença de pontos entre os times, saldo de gols... São informações que estão disponíveis a qualquer um com acesso a internet? Sim, mas poucos decidem abrir qualquer tabela durante um jogo, modos que, faz sentido e enriquece, mas tem um consenso geral entre a crônica especializada de que espectador de futebol é burro e precisa ser tratado como uma criança de 5 anos, começando a acompanhar o esporte.
Isso faria todo o sentido num jogo entre seleções. Às quatro da tarde de uma quarta-feira útil esse comportamento apenas irrita quem está escolhendo entre a milésima vez que está passando Jogos Vorazes esses mês e a partida em questão. Não precisa explicar conceito básico de futebol nesse horário. A gente conscientemente decidiu ver o jogo a Bundesliga (hahaha) e sabe do que se trata. Prefiro que você me conte o panorama geral do Campeonato, as estatísticas de determinado jogador ou, sei lá, comente como o Guardiola está sempre bem vestido.
O que nos leva a outro hábito chato...
A zueira que não encontra limites
O meme mais repetido dessa internet é aquele de que a zueira, ela não tem limites, mas a paciência da gente tem sim. Por mais que eu curta uma transmissão menos engessada, onde narradores, comentaristas e repórteres de campo sejam um tanto mais informais, essa leifertização da imprensa esportiva precisa parar.
O povo não pára de pesar a mão tentando fazer gracinha com qualquer coisa que aconteça em campo e, olha, não fica bom na maior parte do tempo. A gente está vendo jogo e acha que todos os nossos tios metidos a engraçados interceptaram a transmissão e decidiram transformá-la num churrasco de família. Aguardo, com pouquíssima ansiedade, o momento em que um deles vai dizer E AS NAMORADA, EIN?. Porque é apenas o que está faltando para a transmissão passar de descontraída a puramente constrangedora.
Talvez isso venha da nostalgia que temos das transmissão dos anos 90 onde nego achava o jogo chato e dava receita de macarrão ou falava do salgado do estádio - que, possivelmente, era tão chato quanto, mas a gente achava tão informal que guardou com carinho. E o que a galera vem fazendo? Isso mesmo: constantemente achando que audiência é formada por hienas bobas e repetindo bordões - que já foram engraçados - à exaustação, tentando emplacar novos bordões, criando uma certa intimidade estranha com jogadores/técnicos, insistindo em piada ruim e, no geral, forçando a amizade com todo mundo. Inclusive conosco.
Tem mais um monte de coisa que não estão me ocorrendo por agora e, conforme for lembrando, volto para dividir. O fato é que a cada jogo que vejo, a transmissão vem me constrangendo mais do que FIIILIIIPIIII saindo em qualquer bola.
E o você, o que te faz ranger os dentes e cerrar os punhos de ódio e nervosinho?
Todos sabemos que existem dois tipos de torcedores de futebol: os de clube, que se apaixonaram por um clube e têm (caiu esse acento?) humor alterado duas vezes na semana, porque só está fácil se você torce pelo Cruzeiro, esse tipo acompanha qualquer partida por uma gama infinita de razões, desde o "ah, não tem nada melhor passando mesmo" até por ter escolhido um outro time pra torcer; e os torcedores de Seleção, mas esse texto não é pra vocês, então dispensável descrever.
Motivada por um certo amargor, decidi detalhar dois dos comportamentos que andam me tirando do sério durante momentos (que deveria ser) de idílio esportivo.
O excesso de informação desnecessária
É legal quando os narradores e comentaristas trazem dados relevantes durante a transmissão. Colocação na tabela, diferença de pontos entre os times, saldo de gols... São informações que estão disponíveis a qualquer um com acesso a internet? Sim, mas poucos decidem abrir qualquer tabela durante um jogo, modos que, faz sentido e enriquece, mas tem um consenso geral entre a crônica especializada de que espectador de futebol é burro e precisa ser tratado como uma criança de 5 anos, começando a acompanhar o esporte.
Isso faria todo o sentido num jogo entre seleções. Às quatro da tarde de uma quarta-feira útil esse comportamento apenas irrita quem está escolhendo entre a milésima vez que está passando Jogos Vorazes esses mês e a partida em questão. Não precisa explicar conceito básico de futebol nesse horário. A gente conscientemente decidiu ver o jogo a Bundesliga (hahaha) e sabe do que se trata. Prefiro que você me conte o panorama geral do Campeonato, as estatísticas de determinado jogador ou, sei lá, comente como o Guardiola está sempre bem vestido.
O que nos leva a outro hábito chato...
A zueira que não encontra limites
O meme mais repetido dessa internet é aquele de que a zueira, ela não tem limites, mas a paciência da gente tem sim. Por mais que eu curta uma transmissão menos engessada, onde narradores, comentaristas e repórteres de campo sejam um tanto mais informais, essa leifertização da imprensa esportiva precisa parar.
O povo não pára de pesar a mão tentando fazer gracinha com qualquer coisa que aconteça em campo e, olha, não fica bom na maior parte do tempo. A gente está vendo jogo e acha que todos os nossos tios metidos a engraçados interceptaram a transmissão e decidiram transformá-la num churrasco de família. Aguardo, com pouquíssima ansiedade, o momento em que um deles vai dizer E AS NAMORADA, EIN?. Porque é apenas o que está faltando para a transmissão passar de descontraída a puramente constrangedora.
Talvez isso venha da nostalgia que temos das transmissão dos anos 90 onde nego achava o jogo chato e dava receita de macarrão ou falava do salgado do estádio - que, possivelmente, era tão chato quanto, mas a gente achava tão informal que guardou com carinho. E o que a galera vem fazendo? Isso mesmo: constantemente achando que audiência é formada por hienas bobas e repetindo bordões - que já foram engraçados - à exaustação, tentando emplacar novos bordões, criando uma certa intimidade estranha com jogadores/técnicos, insistindo em piada ruim e, no geral, forçando a amizade com todo mundo. Inclusive conosco.
Tem mais um monte de coisa que não estão me ocorrendo por agora e, conforme for lembrando, volto para dividir. O fato é que a cada jogo que vejo, a transmissão vem me constrangendo mais do que FIIILIIIPIIII saindo em qualquer bola.
E o você, o que te faz ranger os dentes e cerrar os punhos de ódio e nervosinho?
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
O cheiro do pó de arroz
Sempre disse que a alma do Maracanã estava em seus torcedores e que até que começassem os jogos de clube, não saberíamos ao certo se ela seguia por lá ou tinha migrado, procurando uma verdade que nunca entendi direito qual é.
Aproveitando a promoção e a presença de um miguxo gringo, ontem tomei meu rumo para o MAIOR DO MUNDO (e o problema é todo de vocês se acham que o Maraca perdeu esse título) para ver Fluminense x Goiás. Ironia das ironias, estreiar no meu estádio num jogo logo dessa torcida rica, cheirosa, bonita e aristocrática, mas a gente gosta de futebol e encara esses programas. Nem que seja pra acumular machadinhas no programa da FUNAI - estou mesmo precisando de um cordãozinho de miçangas e vai que.
O bom de jogos de uma torcida só é que não tem confusão, não tem medo, teoricamente estão todos irmanadinhos e dispostos a torcer para o time do coração. Como ainda não entendi direito essa coisa das entradas e acabei quase parando no Belini (saudades) para entrar, enquanto queria ter entrado direto pelo metrô, mas vida que segue e estou precisando queimar uma gordurinha indesejada.
Confesso que fiquei verdadeiramente espantada com a presença da galera. Acho que essa coisa dos setores acaba compactando a torcida, dando uma sensação de mais gente do que tem. Porque as baterias ficam mais próximas e os gritos ficam mais altos e os torcedores mais exaltados também ficam mais próximos, o que é muito legal. E muito do que se espera de uma partida. E ver jogo dos outros tem aquela magia especial de nos deixar analisar as reações, sentir o humor da galera e aprender as musiquinhas deles.
Num geral, foi muito divertido ter ido ver o Flu ontem. Foi muito bem ver que a alma do Maracanã segue lá, onde sempre esteve: nas arquibancadas - agora cadeirinhas dobráveis e confortáveis -; no grito dos mais velhos, na cara vermelha e de veias saltadas dos mais exaltados; no sorriso sincero de quem está começando a gostar de futebol. Ela não foi a lugar nenhum. E nem irá, não importa o quanto modernizem e enfeitem os pavões dos estádios. E isso, meus amigos, é o que faz do futebol essa coisa tão incrível.
E para reflexão, fica apenas a pergunta: quem roubou a magia da torcida tricolor? Porque tava um trem fantasma enorme.
Aproveitando a promoção e a presença de um miguxo gringo, ontem tomei meu rumo para o MAIOR DO MUNDO (e o problema é todo de vocês se acham que o Maraca perdeu esse título) para ver Fluminense x Goiás. Ironia das ironias, estreiar no meu estádio num jogo logo dessa torcida rica, cheirosa, bonita e aristocrática, mas a gente gosta de futebol e encara esses programas. Nem que seja pra acumular machadinhas no programa da FUNAI - estou mesmo precisando de um cordãozinho de miçangas e vai que.
O bom de jogos de uma torcida só é que não tem confusão, não tem medo, teoricamente estão todos irmanadinhos e dispostos a torcer para o time do coração. Como ainda não entendi direito essa coisa das entradas e acabei quase parando no Belini (saudades) para entrar, enquanto queria ter entrado direto pelo metrô, mas vida que segue e estou precisando queimar uma gordurinha indesejada.
Confesso que fiquei verdadeiramente espantada com a presença da galera. Acho que essa coisa dos setores acaba compactando a torcida, dando uma sensação de mais gente do que tem. Porque as baterias ficam mais próximas e os gritos ficam mais altos e os torcedores mais exaltados também ficam mais próximos, o que é muito legal. E muito do que se espera de uma partida. E ver jogo dos outros tem aquela magia especial de nos deixar analisar as reações, sentir o humor da galera e aprender as musiquinhas deles.
Num geral, foi muito divertido ter ido ver o Flu ontem. Foi muito bem ver que a alma do Maracanã segue lá, onde sempre esteve: nas arquibancadas - agora cadeirinhas dobráveis e confortáveis -; no grito dos mais velhos, na cara vermelha e de veias saltadas dos mais exaltados; no sorriso sincero de quem está começando a gostar de futebol. Ela não foi a lugar nenhum. E nem irá, não importa o quanto modernizem e enfeitem os pavões dos estádios. E isso, meus amigos, é o que faz do futebol essa coisa tão incrível.
E para reflexão, fica apenas a pergunta: quem roubou a magia da torcida tricolor? Porque tava um trem fantasma enorme.
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