quinta-feira, 20 de março de 2008

FÁ-BI-O-LU-CI-A-NO

Num jogo em que quase me matou do coração, o Flamengo quase devolveu o créu dos uruguaios. Com Leo Moura e Toró completamente amadores e suspensos, Mengão entrou em campo com Luizinho - que tem cara de 13 anos, mas coxas de gente grande - e Marcinho de grandes novidades no time.

Faltou talento, mas isso era de se esperar, dado que nenhum dos clubes tem um timaço ou uma grande estrela (embora pelo lado dos uruguaios jogue um rapaz de 1,96 que o grande cabeçeador, o Morales). E o que faltou em disposição e a habilidade, sobrou em raça pros lados. Não foi um jogo bonito do padrão técnico, mas como foram raçudos os mocinhos em campo.

A catimba já era esperada, mas o Flamengo jogando em casa me pareceu mais tranqüilo e até engraçadinho. O exemplo disso foi que numa cobrança de escanteio, enquanto o uruguaio dizia coisas bonitas pro Ibson (oirque insulto todo mundo lê nos lábios, né?), ele sorria e apenas balançava a cabeça. Se o time se mantiver com essa atitude calma e raçuda, chega longe.

O rubro-negro não dominou o jogo em momento nenhum. Muitos passes errados e afobações, mas também não deixou o nacional se chegar demais, o que rendeu um ping-pong na intermediária com alguns contra-ataques rápidos. Durante o primeiro tempo, enquanto eu dizias coisas lindas ao time do Flamengo, minha estimada avó* invadiu o quarto para lembrar de meu falecido avô e me mandar tomar cuidado com o coração. Pode ser mera coincidência, mas assim que abri a primeira cerveja, Marcinho foi lá e deixou o dele, me acalmando um pouco. E a Camila me mandou uma mensagem requsitando a volta de Marcinho. No segundo tempo, a cena da cerveja se repetiu. Abri e gol. E me ocorreu que eu deveria ter comprado uma dúzia e ver o jogo bem feliz.

Apesar de uma meia dúzia de palhaçadas, achei o resultado justo. O Nacional só resolveu jogar direito quando o Flamengo já vencia e, ainda assim, levou um pouco de perigo aos rubro-negros em raros momentos de contra-ataques em que a defesa estava passeando pelos campos. E o Capitão e eu demos, basicamente o mesmo esporro neles: OLHA A PORRA DA BOLA e a galera despertou. Tanto que num lance rapidíssimo, Christian deu o carrinho mais lindo desse mundo e saiu comemorando, com todo o direito. Futebol é isso. Houve também uma espalmada feia do Bruno, que devolveu a bola nos pés de um uruguaio. Com a graça de São Judas Tadeu, ninguém acreditou naquilo (nem mesmo o adversário) e o goleiro conseguiu pegar de volta o que tinha dado de presente.

Agora o grande destaque da noite - apesar dos 2 gols de Marcinho e da maravilhosa atuação do Juan - foi mesmo Fábio Luciano. O Capitão colocou ordem na intermediária e, na maioria das bolas, estava cortando os contra-ataques como se deve: com chutão pra frente, preferecianlmente na direção de um cara usando uma camisa igual a dele. Sem contar a marcação pesada em cima do Morales, afinal, 5cm de diferença não é lá muita coisa e não faria mesmo o menor sentido colocar o Angelim pra marcar o cara.

Daqui em diante, cabe ao Flamengo manter a calma que conseguiu na maior parte desse jogo e mostrar toda a raça usada na partida. Porque com time mais ou menos, o negócio é tentar chegar o mais longe possível honrando o manto. Eu e a Nação agradecemos, com olhos cheios d'água.


Diarinho rapidinho:

*A minha avó é uma pessoa engraçada. Ela finge que é vascaína, mas não manja nada de futebol. Aí que ela me confidenciou que já foi ao Maracanã com o vô. Num Flamengo x Vasco. Ele, claro, levou a pobre na torcida do Flamengo e quase deu uma surra na primeira vez que ela manifestou qualquer emoção em ataques vascaínos. Coisa do tipo de puxar pelo braço e dizer entre os dentes "Você fica quieta antes que alguém te bata e eu ajude". Diz ela foi essa única vez pra nunca mais; primeiro porque ela não gosta mesmo e segundo porque meu avô parecia endemoniado e ela ficou com muito medo do que poderia acontecer. Esse era meu avô. O cara que quase teve um avc por conta do Flamengo. Assim fica fácil entender a minha paixão, né?

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