segunda-feira, 6 de julho de 2009

1119 Km e uma vaga na Libertadores de 2010

A maratona tinha começado no dia do sorteio da ordem dos jogos finais da Copa do Brasil. O primeiro em São Paulo e o segundo em Porto Alegre. Num intervalo de 2 dias, já tinha recuperado a senha do programa de fidelidade daquela companhia aérea e resgatado pontinhos em promoção para 3 kits de ida e volta. Estava decidido: Beira-Rio... Estaríamos lá.
O primeiro jogo no Pacaembu terminou com o lindo placar de 2 a favor e, mais importante ainda, rosca contra.
2.000 ingressos corinthianos distribuídos da seguinte forma: 1.450 para Timão Tur + familiares + conhecidos + trutas + etcéteras todos, 50 para Fiel Torcedores e 500 para todas as organizadas (Gaviões da Fiel (sede e todas as subsedes), Estopim, Camisa 12, Rua São Jorge, Coringão Chopp, Pavilhão 9 e tantas outras quebradas). Na hora de decidir como seriam disponibilizados os ingressos, a decisão: Gavião só teria ingresso se encarasse a caravana, nada de avião ou conforto. Depois de hooooooras de fila, o papelzinho que dava direito ao ônibus e ao sonhado ingresso.
Foi assim que começou a jornada dos ônibus dos Gaviões da Fiel rumo a Porto Alegre. Mil, cento e dezenove quilômetros separavam torcida e estádio. E lá fomos nós!



Posso dizer que jamais havia me imaginado numa jornada tão longa dentro de um ônibus para acompanhar o meu Todo Poderoso. Mas foi fantástico!
Depois de horas de viagem, uma pequena pausa em Criciúma para juntar outros ônibus, afinal uns ficaram pra trás, outros seguiram, um quebrou...



Escolta policial até o restaurante em que almoçamos vigiados por guardas e armas de grosso calibre. Mais uma vez, a paixão movia as pessoas e nem sombra de pensamento em desistir de tudo aquilo.

Mais um monte de horas e estávamos na fronteira do Rio Grande do Sul. Hora de parar de novo e esperar a Camisa 12 e outros ônibus.



Passamos por algumas cidadelas e, numa delas, um moço fez o V da vitória com as duas mãos. Num ato favela roots, abri a janela e gritei DOIS A DOIS É NOSSO, TROUXA! Não poderia ter premeditado taaaaaaaanto o que seria o jogo.

Por volta das 20h, a Rádio Guaíba já anunciava a nossa chegada. Estávamos a menos de 50km do Beira-Rio. A parcialidade do locutor irritava a todos, mas a amizade continuava a mesma, né? E as musiquetas, a ansiedade e o tremor gritavam.

Revista das mochilas, dos ônibus, das nossas almas. Hora de pegarmos os ingressos e entrarmos no estádio. Cada um pegou seu ingresso depois de alguma confusão e a entrada feita no meio de um parque foi uma coisa horrenda. Lama até a canela, mas era pelo Todo Poderoso.

Outra revista, um pisão de cavalo e, 24 horas depois, estávamos lá!



48.000 colorados faziam uma festa linda. Não tão linda quanto a festa desenhada pela cabeça de Jorge Henrique e pelos pés de André Santos. Quanto o placar mostrava 2 a 0 para o Timãoêô, nem a Fiel podia acreditar, quiçá os colorados.

Uma confusão idiota criada por D'Alessandro quase arranhou a festa. Mas não foi assim. A festa foi em preto e branco. Festa dupla, inclusive. Corinthians Tricampeão da Copa do Brasil e aniversário de 40 anos dos Gaviões da Fiel. Tudo ali, ao mesmo tempo. Era impossível conter o choro. De alegria, diga-se de passagem. Todo o esforço tinha valido a pena. O grito entalado há um ano na garganta quando ficamos apenas no quase, por culpa daquele maldito 3 a 1 no Morumbi e do 2 a 0 em Pernambuco, finalmente foi ouvido. Saiu alto e em bom tom.


Finamente acompanhada pelo Vini, um dos 50 rabudos que ganharam o ingresso do Fiel Torcedor


A vaga garantida na Libertadores do ano do centenário e a taça da Copa do Brasil foram suficientes para trazer tranquilidade para fazer um turismo, ainda que rápido, pela Porto Alegre tão bacana e acolhedora. O tempo de permanência foi curto mas suficiente para ver as gargalhadas tricolores se transformarem em lágrimas tais quais as coloradas, após o mesmíssimo placar de 2x2 frente ao Cruzeiro, ali no Olímpico. A consequência disso? A socialização com os torcedores do Cruzeiro no aeroporto no dia seguinte.


Quem se deu bem em Porto Alegre


E, de quebra, ainda ganhamos um encontro com um dos nomes de maior destaque na seleção brasileira vencedora da Copa das Confederações: Ramires.

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