segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ah, se eu pudesse e meu dinheiro desse - II

Volto aí com os comentários non-sense sobre algo em voga na grande mídia. Dessa vez é o texto relatando a volta dos jogadores daquele Time de Amarelo.

Após golear a Venezuela por 4 a 0, a seleção brasileira enfrentou uma verdadeira maratona para sair de San Cristóbal e chegar ao Rio de Janeiro. No total,
foram quase 15 horas de viagem, em uma “corrida” que durou toda a madrugada. A delegação só desembarcou no aeroporto do Galeão nesta segunda-feira por volta das 9h15m (de Brasília).


Coitadinhos, né? Quinze horas, gente. E 4x0 em cima da fraquíssima Venezuela não é goleada, é obrigação, só pra ficar a dica pro pessoal.

A dor de cabeça começou com a notícia de que a pista da base militar, em Santo Domingo, que pousaria o avião da seleção estava fechada. O mau tempo e a falta de radar para auxiliar o piloto impediram a aterrissagem. Com isso, a solução foi colocar em prática um plano B.

Jogadores e comissão técnica, então, foram obrigados a seguir para o aeroporto Juan Pablo Pérez Alfonzo, no estado de Mérida*. Uma viagem de ônibus fora do previsto por uma estrada cheia de buracos, quebra-molas e curvas sinuosas que durou cerca de quatro horas.


Pelo menos, os pobrezinhos tinham um plano B, né? E que coisa horrorosa, estradas esburacadas e com curvas sinuosas. Gente, que lugar é esse com estradas precárias? Como essas pessoas vivem desse jeito? Sorte nossa que vive num país cujas estradas são freeways belíssimas e muito bem pavimentadas, né?


Aeroporto com cara de rodoviária

O aeroporto era pequeno e parecia mais uma rodoviária. Os banheiros não tinham água. No restaurante só havia sanduíche de pão de forma com queijo e presunto. Várias mesas foram juntadas com copos de plásticos e garrafas de refrigerantes de dois litros para receber os atletas. Mas a comissão técnica preferiu levar o lanche para a única sala mais reservada. Com isso, um garçom saiu com bandejas de sanduíches empilhados. Outro com refrigerantes e copos nas mãos.


Eles já estiveram em Assunción? Porque, sério, aquele aeroporto é pior que o terminal rodoviário atrás da Central do Brasil. Além de tudo isso descrito, ainda tem índio tentando te acharcar com aquelas porcarias de penas e miçangas. E eles nem aceitam espelhinhos como pagamento...

Realmente, é um desrespeito que nossos heróis sejam obrigados a comer pão com queijo e presunto e tenham apenas refrigerantes para beber. Imagina então ter de ENCHER O PRÓPRIO COPO. Mas é uma ofensa de proporções colossais. Recomendo que o Itamaraty rompa relações com a Venzuela, com Santo Domingo, com o estado de Mérida* e, por que não, com toda essa baixeza que é a América Latina; de agora em diante, só falamos com pessoas do nosso nível, só Europa, tá, meu bem?


A aventura ainda estava longe do fim. O avião que levaria a seleção até Maracaibo não estava no local. Após a tentativa sem sucesso de pouso em Santo Domingo, a aeronave voltou para Caracas. E com isso a seleção precisou esperar cerca de 1h30m até a chegada do avião no aeroporto de Juan Pablo Pérez Alfonzo. Alguns jogadores ficaram conversando em uma pequena sala. Outros preferiram permanecer no ônibus.


Como assim alguém precisa esperar 1h30m por um avião? Estou falando, essa América Latina é um matadouro para pessoas finas...

O vôo seguiu para Maracaibo apenas às 1h55m (de Brasília). Um avião de pequeno porte capaz de decolar da curta pista do aeroporto. O vôo teve momentos de turbulência, principalmente na decolagem. Os 30 minutos de duração pareciam mais longos que o normal.

Ao chegar em Maracaibo finalmente uma boa notícia. O avião fretado que levaria a seleção de volta ao Brasil não precisaria mais fazer uma escala em Manaus, uma exigência dos órgãos de aviação por causa do plano de vôo. Após uma negociação, a aeronave seguiria direto para o Rio de Janeiro, o que deixaria a viagem duas horas mais rápida.


Bom, finalmente alguém tomou uma atitude, não é mesmo? Pois, imaginem, heróis nacionais presos neste pesadelo sul-americano? Um desrespeito.


A alfândega para sair da Venezuela foi feita na pista mesmo, em uma mesa improvisada na pista. Às 3h10m, a seleção deixava Maracaibo. OS jogadores usavam as três poltronas da fileira como cama. Cada um sentou em uma. A maioria tirou os tênis e deitou para dormir logo após a decolagem sem mesmo esperar o jantar.

A viagem até o Rio de Janeiro durou pouco mais de seis horas e foi bastante tranqüila, para alívio da seleção brasileira. Chegava ao fim a maratona.


Mais uma vez: palmas! Porque os pobrezinhos já estavam completamente desgastados, não poderiam MESMO ainda passar pelo stress de uma alfândega, não é mesmo? Afinal, já passariam pelo desconforto de precisarem se espremes em 3 poltronas.

Estou completamente indignada com o tratamento dispensado a nossos atletas, que mundo é esse onde gente que veio do nada e ganha milhões passa por uma coisa dessas? Se ainda fossem pessoas comuns, como eu ou você, mas não, eles são importantes. São atletas brasileiros! Ainda bem que a imprensa esteve lá para nos deixar a par de tal acinte...

*Inevitável soltar aquele risinho de 5a série, né?

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