segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Estimado elenco rubro-negro

Depois dos últimos jogos, resolvi escrever essa carta porque meu coração está aos pandarecos. Pensei com meus botões e decidi que não me mataria ou me faria qualquer tipo de mal se escrevesse a vocês. Às veze,s uma nova perspectiva da atuação do time, com dicas de otimização do processo futebolístico ajude a todos nós. Porque está difícil.

- Além dos treinos físicos e táticos, é bom também fazer coletivos. Especialmente misturando todos os jogadores. Além dos coletivos, saiam mais juntos. Façam churrascos, visitem-se, criem laçoes de amizades. Porque essa coisa de parecer que juntou-se um bando de desconhecidos ao acaso. E isso não é bom.

- Tentem outros esportes nos momentos de lazer. Volei, handebol, basquete, badminton, curling, sei lá. Mas, por favor, recuperem a alegria de jogar futebol. Tentem lembrar das peladas da infância, quando o gol era um par de chinelos e a bola não era tão cheia de frescuras e usem aquele sentimento pra jogar hoje. Há 20 anos atrás, o futebol era só festa para vocês e marcar gol era a maior das alegrias; peguem isso de volta e dividam conosco essa alegria.

- Dinheiro é maravilhoso, claro. Adoramos muito, todos. É importante pra vocês, sabemos. Feliz, ou infelizmente, o trabalho de vocês é diferente do meu, do das meninas do blog, dos leitores; por isso mesmo, ter um estouro de 43 milhões de vozes em uníssono, sincero e extasiado agradecimento deveria valer mais do petrodólares. Não enche barriga, mas deve ter lá sua importância mais de 80 mil vozes gritando teu nome, misturando reconhecimento e esperança. Isso sozinho, deveria motivar vocês a não desapontar todos esses e mais tantos espalhados pelo mundo torcendo pelo sucesso de vocês dentro das quatro linhas.

- Acima de tudo, conheçam e entendam o Flamengo. Saibam que não é só um clube ou uma instituição e, por isso mesmo, não tem torcedores. O Flamengo é nosso primeiro e último amor; é nossa religião; a paixão mais avassaladora; é o poder que nos levanta e a força que nos faz cair*. E, assim, eu e mais 43 milhões somos mais do torcedores, mais do admiradores: somos apaixonados cegos que enfrentamos o mundo para defender nosso amor; fosse o Flamengo numa expedição intergalática para jogar e levaria consigo nossos corações. Seguimos encantados com o Flamengo cada vez mais e mais, mesmo quando perde, mesmo quando quase cai; sempre ameaçando desistir, mas nunca deixando de lado quando o time - vocês - entram em campo e nosso coração bate no compasso do bumbo, com o grito entalado na garganta, só esperando para sair, num êxtase que quase chega a ser transe. O gol é o nosso nirvana pessoal, nosso momento de iluminação, nossa santidade. Levem isso em consideração quando amorcegarem, entregarem ou só fizerem corpo mole: vocês não estão num time, é o Flamengo e é mais do que somente um emprego.

Não maltratem mais nossos corações. Acreditamos em vocês, sempre acreditaremos, mas nos desapontem, ou toda a nossa mágoa explodirá como o ódio de Marimar. E ninguém quer isso.

Sem mais, me despeço, desejando que todos reencontrem o prazer em jogar futebol e, principalmente, o de comemorar um gol.


*Saldöza Viúva Porcina...

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