A garimpagem européia em terras canarinhas é o maior reflexo da formação de profissionais da bola que temos por aqui. Não raro, times europeus e asiáticos vêm até aqui em busca de uma molecada com idade insuficiente para assinar um contrato.
No entanto, quando começaremos a dar real importância para as nossas categorias de base?
Qualquer bebê brasileiro já se desenvolve aprendendo que a bola é feita pra ser chutada. Desta forma, pela quantidade de interessados em futebol que produzimos, a qualidade deixa a desejar. Porque só nos interessa o diamante lapidado. Poucos se preocupam com as várias moléculas de carbono espalhadas por aí que poderiam resultar em jóias de todos os quilates e quimordes do mundo. A gringada em chamas sempre nota nossos talentos. E os leva embora.
Exemplo: quantos jogadores do seu time de coração foram formados nos juniores do mesmo time? E no juvenil?
Elias, novo ídolo da Fiel, foi formado pelo Palmeiras. E, ainda ontem, ele disse à imprensa que não guarda rancor, mas que rola uma frustração. Por quê? Porque ele passou 8 anos no Porco e, quando chegaria a hora do vamos-ver, dispensaram o garoto. Timão o aproveitou. Revelado como meia, já pensa em passar para o ataque. Eu, particularmente, já acho uma outra sacanagem aí. No Brasil, só tem valor o que mete a bola na rede. Daí, talvez, a vontade de mudança. Aos 23 anos, o atual dono da 7 alvinegra, já passou, além do Palmeiras, pelo Náutico, pela Ponte Preta, pelo Juventus e pelo São Bento.
Aí fica a pergunta: e se o Corinthians* não tivesse ficado de olho nesta criança? Teria sido mais um jogador a ser tratado como commodity e exportado junto com sacas de soja e frangos?
*Longe de achar que o Corinthians é bonzinho nesta história toda. Porque só contrataram o rapaz porque ele foi a revelação da Macaca no Paulistão deste ano. E, sim, o TodoPoderoso também faz várias (senão muito mais) cagadas com suas categorias de base (quase inexistentes).
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