segunda-feira, 28 de julho de 2008

Dramático (?!)

Mais uma rodada no maior e mais sem-graça campeonato do Universo Conhecido. Estamos na 15a rodada e pouca coisa definida. Mas a emoção não apareceu ainda, seja porque está a maior parte dos times uma dragraceira pelada; seja porque ponto corrido é um sistema muito do mequetrefe.

Não sou louca a ponto de dizer que não é o sistema mais justo, porque é. Ponto-corrido premia o time mais regular durante a temporada e pune os que não fizeram nada de decente - tipo o Ipatinga, que, sabemos todos, está rebaixado, mas deu um chega pra lá no Inter que ninguém entendeu direito. Portanto, é justo o sistema utilizado atualmente, iria até além, dizendo que são bastante corretas as formas de punição e premiação.

Mas isso não impede, de forma nenhuma, que o sistema seja sem-graça. Perdemos as emoções do mata-mata. E nós somos um povo do mata-mata. Está lá, no DNA sul-americano-latino-preto-pobre-suburbano-brasileiro-que-nunca-desiste, a paixão pelo drama, pelo que é sofrido, pelo que custa ser conquistado. A vitória nos vem mais doce quando brigamos de verdade por ela. Um exemplo? Copas de 94 e 2002; nós lembramos mais e melhor de 94, porque foi suado, tudo era mais difícil e a gente foi lá e trouxe o troféu na raça. A gente odeia perder - e nem sabe perder com dignidade, vide a zaga do Vasco fazendo 3 penais no primeiro tempo do jogo com o Santos - mas adora ganhar quando tudo está contra. Por isso, o mata-mata é tão gostoso.

Num mundo ideal, teríamos algum sistema com mata-mata e pontos corridos, alegrando a gregos e troianos, gremistas e palmeirenses, flamenguistas e botafoguenses; atleticanos do paraná e torcedores do figueirense (que ficaram no empate esse fim de semana). Que coloque os pó-de-arroz em seu devido lugar, como Cruzeiro fez esse fim de semana ao vencer com 3x1 pleno Maracanã; que agrade Coritiba, Sport, Galo e São Paulo, os vencedores da rodada e que também consele aqueles que perderam seus jogos.

Porque enquanto não inventarem um imposto, sonhar ainda é de graça, não?

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