terça-feira, 4 de março de 2008

Ainda saindo do sério

Você, ser humano carioca que gosta de futebol está na lama. É, na lama. Não se sabe exatamente por quê a Federação e os clubes acharam de uma lindeza profunda praticar preços extorsivos por ingressos para jogos. Veja bem essa notícia. Setecentos e dez reais. Na minha terra isso se chama assalto. Nenhum estádio brasileiro tem uma estrutura que justifique a cobrança de 30, 40 reais o ingresso. Nem em conforto nem em segurança nem em coisa nenhuma.

É absurda a forma como a Federação Carioca trata o torcedor e, até mesmo, os clubes menores. Porque, não só tudo é feito para favorecer os 4 grandes, como também sempre arrumam uma maneira de extorquir o coitado do torcedor. É, quando o regulamento é feito, quando os preços são decididos, não tem ninguém pensando em você, em mim, ou naquele cara ali na esquina. "Eles" viram a torcida do Flamengo lotar o Maracanã no segundo semestre do ano passado e os olhinhos brilharam com cifrões. Resultado? Vinte reais na geral (não me importa que colocaram umas cadeirinhas vagabundas, é Geral aquele pedaço ali e vai ser pra sempre). Gente, quando você paga 20 dinheiros pra ficar num espaço onde torcedor está misturado, a polícia tá nem aí para você, não tem a opção de sentar no intervalo do jogo e ainda arremessam coisas em você tem algo de muito errado.

A ganância de meia dúzia dita a tendência da "elitização" do futebol. E aí, te pergunto: quem faz do futebol o espetáculo que ele é? O povão. A galera que tem no esporte uma válvula de escape para as mazelas da vida. Aquele povo desdentado e com melancia na cabeça que aparece na tela da tv em dia de jogo. Mesmo eu ou você não podemos gastar esse dinheiro todo num espaço curto de tempo. e se pudermos, não deveríamos. Porque é de uma imoralidade sem tamanho fazer um sujeito torrar 50, 60 terezinhas em 2 horas. Nunca é só o ingresso, não é mesmo? Tem a passagem ou o estacionamento, tem a bebida, tem uma série de coisas que fazem parte.

O que falta aos dirigentes é entender que classe média alta não vai a estádio, tem papel-visão e vê no conforto da cobertura com o churrasqueiro contrato e rodando o gelo no copo de uísque. Quem vai a jogo é a massa que bebe cerveja e come o filé miau (ou tropeiro, ou xis ou *insira aqui o teu regionalismo*) dos arredores da arena. Somos eu, você e aquela menina ali enrolada numa bandeira, que colocamos público e cantamos e gritamos. E a gente tá cansada de ser roubado descaradamente por um bando de aproveitadores.

Bem, eu estou.

6 comentários:

  1. olha, eu te apóio totalmente, mas é foda, pq a única solução é a impossível: o boicote. bota 30, 40 mil flamenguistas do lado DE FORA do maracanã dizendo que não entram pq tá caro pra ver se não abaixa. claro que abaixa. se eles aumenam é pq tem quem pague.

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  2. "Marcadores: Assalto, Carestia, Estádios, Ingressos, Palhaçada, Reflexões "

    HAHAHAHAHAHAHAHAH

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  3. É um absurdo pagar 10 Coca-Colas pra assistir a um jogo! Absurdo!

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  4. minha maior diversão é mesmo ficar escolhendo marcador. eu te juro. ahahhahahahahhah

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  5. e enquanto isso no Uruguay, os ingressos estão entre 4 e 30 dinheiros. valeo, brasil.

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  6. pois é... em setembro voltaremos a ser felizes. que venha o uruguay!

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