segunda-feira, 10 de março de 2008

A crítica especializada

Semana passada, numa das mesas redondas de meio de semana, umas pessoas reclamavam de algumas das comemorações de jogadores. Um dos senhorinhos presentes chegava até a mesma a dizer que está rumando ao absurdo. Oras, Senhor Telmo, ao absurdo ruma o senhor! Porque futebol sempre foi feito de provocações saudáveis e nós gostamos muito.

Nesse mesmo programa, o mesmo senhorinho lembrou do mestre da galhofa comemorativa, o saudoso Rentería, que num jogo da Liberators em 2006 tomou um cartão amarelo por dançar o ruque-raque depois de um gol. Aprovando a decisão do árbitro, claro. O senhorinho e os amiguinhos, todos juntos condenando momentos de efusividade. E eu pergunto, dentre os nossos leitores, quem é que nunca, jamais, em tempo algum fez qualquer tipo de dancinha após uma vitória em qualquer competição. Ou depois uma nota boa num videokê. Pois é, eu não conheço ninguém que não tenha feito isso.

Me parece que as pessoas, com essa nojeira politicamente correta, tentam tirar a alegria do futebol. Porque comemorar - provocando ou não - o adversário faz totalmente parte do jogo. Desde sempre. E em qualquer lugar. Me lembro de quando via os meninos jogando na rua, com as traves de chinelo e as comemorações de gol, que eram sempre uma alopração no adversário.

Hoje em dia, já quase não vemos mais as traves de chinelos; os meninos querem é disputar vaga em clubes para "melhorar de vida", a vontade de ser craque é menor do que a de ser rico. E quando nos aparecem aqueles que realmente vibram com cada gol marcado, querem podar. Eles, não eu; afinal, sou muito a favor dos créus, dos ruque-raques, dos chororôs, dos peixinhos no gramado, das danças nas bandeirinhas, dos punhos cruzados e das batidas no peito com beijos no escudos. Não sei o que o Sr Telmo quer quando vai ao estádio ver o time dele, mas sei o que quero: quero gol e quero comemoração que mostre que o cara é como eu e está ali pra zoar o adversário, assim como eu farei no dia seguinte.

Menos seriedade e mais alegria no futebol. Especialmente, porque a comemoração de gol é exatamente isso: alegria descontrolada.

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